Max Viana nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1973, é filho do músico Djavan. Em suas influências musicais estão ritmos como jazz, soul music, black music, MPB e flamenco.
Largou a faculdade de Economia para estudar no Guitar Institute of Technology, em Los Angeles, onde teve aulas com feras como o guitarrista Scott Henderson.
Ao voltar para o Brasil tocou com o charmeiro Edmon, gravou com Zé Ricardo, integrou a banda Sindicato Soul por três anos ao lado do vocalista Sergião Lorosa (atual Monobloco). Fez parcerias com Jair Rodrigues em canções como "Domingo de Verão" e "Prazer e Luz".
Em shows de Bernardo Lobo, dividiu palco com Chico Buarque, Milton Nascimento e Edu Lobo.
Investiu em aulas de canto para defender as músicas que escrevia. Foi em 98 a partir de "Bicho Solto" que Max passou a participar dos discos e shows do pai, foram três anos de estrada.
Nesse mesmo ano deu inicio a gravação do que viria a ser o seu primeiro disco solo "No Calçadão", que devido às gravações de "Milagreiro", de Djavan, teve de esperar até o ano de 2003.
sexta-feira, 24 de novembro de 2017
segunda-feira, 13 de novembro de 2017
Jair Oliveira
Jair Oliveira (São Paulo, SP, 17 de março de 1975), outrora Jairzinho, é músico brasileiro e filho do também cantor Jair Rodrigues e irmão da cantora Luciana Mello. É casado com a atriz Tânia Kalil.
Quando criança, fez parte da turma do Balão Mágico que tinha programa na Rede Globo de Televisão e, durante a década de 1980, obteve grande sucesso entre o público infantil.
Após o fim do Balão Mágico, fez carreira ao lado de Simony com relativo sucesso, mas após um tempo abandonou a carreira e dedicou-se aos estúdios de música nos EUA.
Ao lado da irmã e de outros músicos, filhos de famosos: João Marcelo Bôscoli, Pedro Mariano, Max de Castro, Wilson Simoninha e Daniel Carlomagno, lança trabalho inovador, registrado pela gravadora Trama e inicia sua nova fase pela música popular brasileira.
Em sua carreira solo, Jair Oliveira marca sua estréia, ainda como Jairzinho, em "Dis'ritmia". Na seqüência, o músico, produtor e cantor se registra artisticamente como Jair Oliveira e lança 'Outro'. Seu terceiro trabalho solo, também pela gravadora Trama é dividido em duas partes, os cds 3.1 e 3.2. Este último lançado para ser baixado gratuitamente pela Internet.
Após parceria de sucesso e de grande crescimento e desenvolvimento profissional, Jair Oliveira transcende seu talento e lança em 2006 seu cd 'Simples', independente, pelo selo S de Samba, onde é um dos sócios.
Quando criança, fez parte da turma do Balão Mágico que tinha programa na Rede Globo de Televisão e, durante a década de 1980, obteve grande sucesso entre o público infantil.
Após o fim do Balão Mágico, fez carreira ao lado de Simony com relativo sucesso, mas após um tempo abandonou a carreira e dedicou-se aos estúdios de música nos EUA.
Ao lado da irmã e de outros músicos, filhos de famosos: João Marcelo Bôscoli, Pedro Mariano, Max de Castro, Wilson Simoninha e Daniel Carlomagno, lança trabalho inovador, registrado pela gravadora Trama e inicia sua nova fase pela música popular brasileira.
Em sua carreira solo, Jair Oliveira marca sua estréia, ainda como Jairzinho, em "Dis'ritmia". Na seqüência, o músico, produtor e cantor se registra artisticamente como Jair Oliveira e lança 'Outro'. Seu terceiro trabalho solo, também pela gravadora Trama é dividido em duas partes, os cds 3.1 e 3.2. Este último lançado para ser baixado gratuitamente pela Internet.
Após parceria de sucesso e de grande crescimento e desenvolvimento profissional, Jair Oliveira transcende seu talento e lança em 2006 seu cd 'Simples', independente, pelo selo S de Samba, onde é um dos sócios.
Max de Castro
Max de Castro (Rio de Janeiro, 14 de novembro de 1972) é um cantor, compositor, multiinstrumentista, produtor e arranjador brasileiro.
Em 2000 lançou “Samba Raro”, produzido, arranjado, tocado e composto por ele. O álbum teve ótima receptividade de público, crítica e amigos músicos – Ed Motta o classificou como trabalho de “gênio”, Nelson Motta diz que é um dos melhores discos já lançados e Lobão o convidou para produzir a faixa “Decadence avec elegance”. Max de Castro recebeu o prêmio APCA - Associação Paulista de Críticos de Arte - como Revelação em 2000.
Em 2001 produziu faixas nos discos de Roberto Frejat, Paula Lima, Kid Abelha, Leandro Lehart,Tom Zé, além de remixes para Ed Motta, Fernanda Porto, Wax Poetic. Seu trabalho também teve boa repercussão internacional, principalmente nos Estados Unidos e Europa, onde passou a tocar regularmente. Em 2002, após lançar seu segundo disco, Orchestra Klaxon, Max de Castro apareceu na capa da revista americana Timea o lado de Shakira e outros, numa reportagem especial sobre as novidades da música global.
Eleito pela APCA como o artista do ano de 2005, após o lançamento de seu terceiro álbum “Max De Castro”. No mesmo ano ainda colaborou com DJ Suv do aclamado grupo ingles Roni Size Reprazent, e lançou exclusivamente na inglaterra um single com a música “Febrery. Na França lançou um ep com o DJ Kid Loco. Ao voltar mais uma vez à Europa estendeu sua turne pela primeira vez aos países do leste europeu como Russia e Ucrania.
Seu último álbum, "Balanço das Horas", lançado em 2006, esteve novamente em várias listas como um dos melhores lançamentos daquele ano. Música Pop, samba, hip hop, jazz, post-rock, dub, soul music, funk batidas eletrônicas, efeitos e distorções estão no arsenal de Max. Com as mais variadas referências, seu trabalho cresce a cada nova audição, requer atenção em cada detalhe, cada curva e cada acorde tem histórias acumuladas.
Em 2008 além de ter produzido o disco de seu irmão Wilson Simoninha, “Melhor”, tem se dedicado também a direção e concepção de shows especiais como foi o caso de “As curvas da estrada de Santos-uma viagem pela obra de Roberto Carlos” que além dos arranjos e direção de Max contou com a participação de Zé Renato, Vania Abreu, Bruno Morais e Pedro Mariano. E também “Os Afrosambas” um tributo ao álbum de Baden e Vinícius que Max reinterpreta essas canções ao lado da cantora Fabiana Cozza.
Em 2000 lançou “Samba Raro”, produzido, arranjado, tocado e composto por ele. O álbum teve ótima receptividade de público, crítica e amigos músicos – Ed Motta o classificou como trabalho de “gênio”, Nelson Motta diz que é um dos melhores discos já lançados e Lobão o convidou para produzir a faixa “Decadence avec elegance”. Max de Castro recebeu o prêmio APCA - Associação Paulista de Críticos de Arte - como Revelação em 2000.
Em 2001 produziu faixas nos discos de Roberto Frejat, Paula Lima, Kid Abelha, Leandro Lehart,Tom Zé, além de remixes para Ed Motta, Fernanda Porto, Wax Poetic. Seu trabalho também teve boa repercussão internacional, principalmente nos Estados Unidos e Europa, onde passou a tocar regularmente. Em 2002, após lançar seu segundo disco, Orchestra Klaxon, Max de Castro apareceu na capa da revista americana Timea o lado de Shakira e outros, numa reportagem especial sobre as novidades da música global.
Eleito pela APCA como o artista do ano de 2005, após o lançamento de seu terceiro álbum “Max De Castro”. No mesmo ano ainda colaborou com DJ Suv do aclamado grupo ingles Roni Size Reprazent, e lançou exclusivamente na inglaterra um single com a música “Febrery. Na França lançou um ep com o DJ Kid Loco. Ao voltar mais uma vez à Europa estendeu sua turne pela primeira vez aos países do leste europeu como Russia e Ucrania.
Seu último álbum, "Balanço das Horas", lançado em 2006, esteve novamente em várias listas como um dos melhores lançamentos daquele ano. Música Pop, samba, hip hop, jazz, post-rock, dub, soul music, funk batidas eletrônicas, efeitos e distorções estão no arsenal de Max. Com as mais variadas referências, seu trabalho cresce a cada nova audição, requer atenção em cada detalhe, cada curva e cada acorde tem histórias acumuladas.
Em 2008 além de ter produzido o disco de seu irmão Wilson Simoninha, “Melhor”, tem se dedicado também a direção e concepção de shows especiais como foi o caso de “As curvas da estrada de Santos-uma viagem pela obra de Roberto Carlos” que além dos arranjos e direção de Max contou com a participação de Zé Renato, Vania Abreu, Bruno Morais e Pedro Mariano. E também “Os Afrosambas” um tributo ao álbum de Baden e Vinícius que Max reinterpreta essas canções ao lado da cantora Fabiana Cozza.
Simoninha
Wilson Simoninha é filho de Wilson Simonal, uma das grandes vozes dos anos 60 e dono de um balanço e divisões rítmicas de primeira.
Do pai, além do timbre vocal e da semelhança física, herdou o nome, que modificou um pouco para diferenciar-se.
Simoninha lançou o CD "Volume 2", bem recebido pela crítica, praticamente na mesma época em que seu irmão, Max de Castro, saiu no mercado com "Samba Raro". Em seu trabalho, evocou uma MPB dos anos 60, passando pelo soul, samba e bossa nova.
Homenageou o pré-bossanovista Johnny Alf com "Eu e a Brisa" e Jorge Ben Jor na vinheta "Mas Que Nada" e na suingada "Bebete Vãobora", com releitura eletrônica. Ben Jor, aliás, é autor de um dos maiores sucessos na voz de Wilson Simonal, "País Tropical".
Simoninha assinou "Orgulho", dividiu parceria com Bernardo Vilhena em "Aquele Gol" e cantou "Agosto", do irmão Max de Castro.
O cantor praticamente saiu do berço trabalhando. Aos seis anos, fez a voz do personagem Cebolinha no disco "A Turma da Mônica".
Nos anos 80, integrou a Banda do Zé Pretinho de Jorge Ben Jor, que na época ainda assinava Jorge Ben; também formou a Suite Combo, ao lado de João Marcello Bôscoli, hoje diretor da gravadora Trama, responsável por "Volume 2". Nos anos 90, Simoninha trabalhou na produção do Free Jazz e do Hollywood Rock.
Em 1995, participou do disco "João Marcello Bôscoli & Cia". Recentemente, apareceu em "Artistas Reunidos", registro ao vivo de um show que reúne ele, o irmão Max de Castro, dois filhos de Jair Rodrigues — Jairzinho e Luciana — e Pedro Camargo Mariano, filho de Elis Regina e meio-irmão de João Marcello.
Simoninha ainda atua nos bastidores da música, como diretor de uma das subdivisões da Trama, cuidando de nomes como Baden Powell, Demônios da Garoa e a Banda de Pífanos de Caruaru, entre outros.
Do pai, além do timbre vocal e da semelhança física, herdou o nome, que modificou um pouco para diferenciar-se.
Simoninha lançou o CD "Volume 2", bem recebido pela crítica, praticamente na mesma época em que seu irmão, Max de Castro, saiu no mercado com "Samba Raro". Em seu trabalho, evocou uma MPB dos anos 60, passando pelo soul, samba e bossa nova.
Homenageou o pré-bossanovista Johnny Alf com "Eu e a Brisa" e Jorge Ben Jor na vinheta "Mas Que Nada" e na suingada "Bebete Vãobora", com releitura eletrônica. Ben Jor, aliás, é autor de um dos maiores sucessos na voz de Wilson Simonal, "País Tropical".
Simoninha assinou "Orgulho", dividiu parceria com Bernardo Vilhena em "Aquele Gol" e cantou "Agosto", do irmão Max de Castro.
O cantor praticamente saiu do berço trabalhando. Aos seis anos, fez a voz do personagem Cebolinha no disco "A Turma da Mônica".
Nos anos 80, integrou a Banda do Zé Pretinho de Jorge Ben Jor, que na época ainda assinava Jorge Ben; também formou a Suite Combo, ao lado de João Marcello Bôscoli, hoje diretor da gravadora Trama, responsável por "Volume 2". Nos anos 90, Simoninha trabalhou na produção do Free Jazz e do Hollywood Rock.
Em 1995, participou do disco "João Marcello Bôscoli & Cia". Recentemente, apareceu em "Artistas Reunidos", registro ao vivo de um show que reúne ele, o irmão Max de Castro, dois filhos de Jair Rodrigues — Jairzinho e Luciana — e Pedro Camargo Mariano, filho de Elis Regina e meio-irmão de João Marcello.
Simoninha ainda atua nos bastidores da música, como diretor de uma das subdivisões da Trama, cuidando de nomes como Baden Powell, Demônios da Garoa e a Banda de Pífanos de Caruaru, entre outros.
Wilson Simonal
Wilson Simonal de Castro nasceu no Rio, em 1939. Ao servir o exército começou a cantar nas festas do regimento. Depois da baixa das forças armadas começou a cantar em shows, principalmente rocks e calipsos, cantados em inglês. Por volta de 1961 foi descoberto pelo produtor e compositor Carlos Imperial e aí começa sua carreira profissional. Em 1963 é lançado pela Odeon o LP "Wilson Simonal tem algo mais", com arranjos do veterano Lyrio Panicali. Esse disco contava com sucessos da bossa nova como "Telefone" e "Menina flor". "Amanhecendo", de Roberto Menescal e Lula Freire, que tinha uma gravação bem sucedida com "Os Cariocas", recebeu aqui um tratamento suingado, jazzístico, com um resultado impressionante. Não havia dúvidas, estava ali um potencial grande cantor. Comprei agora os CDs para ouvir de novo algo que não ouvia há uns bons 40 anos e confirmei que ainda gosto. Surpreendeu-me a voz jovem do cantor principiante. (Um parêntese, é um saco ser obrigado a comprar uma caixa de 8 CDs, ou como me aconteceu recentemente com Nara Leão, uma caixa de 14 — que não comprei).
O LP seguinte, o segundo da fase bossa nova, foi "A nova dimensão do samba", de 1964. Arranjos de Panicali e do novato Eumir Deodato. Esse abria com "Nanã", do genial Moacir Santos. Contava com "Só saudade" e "Inútil paisagem", de Tom, "Rapaz de bem", de Johnny Alf, entre outros. Acho que a faixa mais impactante era "Nanã". Este disco confirmava o grande cantor. Simonal começava a ganhar a fama de melhor cantor da bossa nova, aproveitando-se da reclusão do papa João Gilberto, que raramente cantava. (Eu, que era fanático por João desde o 78 rotações com "Chega de saudade", de 1958, só cheguei a vê-lo ao vivo lá por 1980.)
O terceiro LP foi "Wilson Simonal", lançado em março de 65, menos de um ano depois do anterior, fato raro no Brasil. Novamente arranjos de Lyrio Panicali e Deodato. Para mim a faixa impactante foi "Chuva", de Durval Ferreira e Pedro Camargo. Tinha ainda algumas músicas de Ary Barroso, outras de Carlos Lyra, Tom Jobim, e "Rio do meu amor", de Billy Blanco, que Simonal defendeu num festival da época. E tinha, para choque dos fãs da bossa nova, uma canção que estava mais para rock do que para MPB, "Juca bobão". Era o prenúncio da queda.
Deixando de lado tantos detalhes, Simonal gravou algum tempo depois disto uma canção chamada "Mamãe passou açúcar em mim". A letra dizia mais ou menos assim: "Eu era neném, não tinha talco, mamãe passou açúcar ni mim". A idéia é que o narrador tinha ficado tão doce que as mulheres, a vida inteira, corriam atrás dele. Um besteirol total, como letra e como melodia. Pois foi essa canção que levou o cantor para a popularidade com o grande público, fazendo com que chegasse a rivalizar com Roberto Carlos na preferência do público. Tinha nascido a pilantragem, nome que ele deu a esse estilo iniciado com "Juca bobão" e consagrado com "Mamãe passou açúcar…".
Os amantes da música de boa qualidade ficaram chocados com esse barateamento de um talento e se afastaram de Simonal. Mas talentoso ele continuou. Não assisti à famosa cena em que, no Maracanãzinho lotado, ele colocou o público para cantar, em duas vozes, fazendo com que todos cantassem afinados e no tempo certo. Quem assistiu diz que foi impressionante. Mas assisti em 1970, e vi de novo agora em vídeo que está disponível no YouTube, ao dueto dele com Sarah Vaughan, transmitido pela TV Tupi. Em duas canções, "Oh happy days" e "The shadow of your smile", o jovem cantor de 30 anos dialoga com uma das rainhas do jazz, de 45, de igual para igual, improvisando, variando, e sendo tratado por ela absolutamente como um igual. Novamente, é impressionante.
O crime
De repente Simonal sumiu. Parou de fazer shows, não gravou mais. Aos poucos os fatos se espalharam pelo Rio: Simonal seria dedo-duro do DOPS — o famigerado Departamento da Ordem Política e Social, para onde eram levados os presos políticos. Qualquer músico que tocasse com ele iria para uma lista negra e não tocaria mais. O cantor precisava no mínimo de um pianista, de preferência um baixista e um baterista também. SIMONAL NUNCA MAIS CANTOU. Sobreviveu mais de vinte anos sem poder cantar, até morrer de cirrose causada por alcoolismo. Eu me lembro do diálogo que tive com um amigo que tocava contrabaixo:
"É verdade essa história de dedo-duro?", perguntei.
"Não tenho a menor idéia", foi a resposta.
"Mas então por que você não toca com ele?"
"Porque se eu tocar com ele fico proibido de tocar, ninguém mais vai tocar comigo."
A proibição foi 100% eficaz, e durou até a morte de Simonal.
Não vi esse novo documentário, mas li tudo que achei nos jornais sobre ele. Eis os fatos reais, de acordo com o relato de diferentes pessoas: Simonal achava que seu contador o estava roubando, e contratou dois meganhas para dar uma surra no mesmo. O surrado deu queixa na polícia e o cantor foi processado e condenado — entendo que não foi preso por ser criminoso primário. A história se espalhou e muita gente do meio musical cobrou de Simonal por que ele teria mandado dar a surra.
Acontece que os meganhas contratados por ele eram do DOPS, tinham feito um bico no horário de folga. Simonal, que tinha um lado infantil e mentiroso, passou a espalhar: "Ninguém mexa comigo porque eu tenho amigos no DOPS". Essa mentira, somada ao fato de que o cantor era visto como favorável ao governo militar, fez com que alguma misteriosa entidade dona da verdade "politicamente correta" decretasse o banimento dele. Ninguém sabe, ninguém viu, quem era essa misteriosa pessoa, ou grupo de pessoas, que teve esse poder monstruoso: decretar a morte profissional de um grande artista. (Não me esqueço de que ele tinha prostituído seu talento, mas ouso pensar que quando essa moda idiota da "pilantragem" se esgotasse algum arranjador de talento o convenceria a gravar música de boa qualidade novamente. Que tal um disco Simonal/Luis Eça?)
Resumindo: um grande artista, aos trinta e poucos anos de idade, foi privado do exercício da sua profissão e de seu talento com base numa mentira sórdida. E o meio musical se acovardou e aceitou isso calado.
O que você acha de perseguições, como a de Wilson Simonal, baseada em divergências políticas? É razoável que a carreira de um artista seja impedida de continuar só porque os que dominavam o pensamento intelectual da época nao concordavam com as suas idéias?
O LP seguinte, o segundo da fase bossa nova, foi "A nova dimensão do samba", de 1964. Arranjos de Panicali e do novato Eumir Deodato. Esse abria com "Nanã", do genial Moacir Santos. Contava com "Só saudade" e "Inútil paisagem", de Tom, "Rapaz de bem", de Johnny Alf, entre outros. Acho que a faixa mais impactante era "Nanã". Este disco confirmava o grande cantor. Simonal começava a ganhar a fama de melhor cantor da bossa nova, aproveitando-se da reclusão do papa João Gilberto, que raramente cantava. (Eu, que era fanático por João desde o 78 rotações com "Chega de saudade", de 1958, só cheguei a vê-lo ao vivo lá por 1980.)
O terceiro LP foi "Wilson Simonal", lançado em março de 65, menos de um ano depois do anterior, fato raro no Brasil. Novamente arranjos de Lyrio Panicali e Deodato. Para mim a faixa impactante foi "Chuva", de Durval Ferreira e Pedro Camargo. Tinha ainda algumas músicas de Ary Barroso, outras de Carlos Lyra, Tom Jobim, e "Rio do meu amor", de Billy Blanco, que Simonal defendeu num festival da época. E tinha, para choque dos fãs da bossa nova, uma canção que estava mais para rock do que para MPB, "Juca bobão". Era o prenúncio da queda.
Deixando de lado tantos detalhes, Simonal gravou algum tempo depois disto uma canção chamada "Mamãe passou açúcar em mim". A letra dizia mais ou menos assim: "Eu era neném, não tinha talco, mamãe passou açúcar ni mim". A idéia é que o narrador tinha ficado tão doce que as mulheres, a vida inteira, corriam atrás dele. Um besteirol total, como letra e como melodia. Pois foi essa canção que levou o cantor para a popularidade com o grande público, fazendo com que chegasse a rivalizar com Roberto Carlos na preferência do público. Tinha nascido a pilantragem, nome que ele deu a esse estilo iniciado com "Juca bobão" e consagrado com "Mamãe passou açúcar…".
Os amantes da música de boa qualidade ficaram chocados com esse barateamento de um talento e se afastaram de Simonal. Mas talentoso ele continuou. Não assisti à famosa cena em que, no Maracanãzinho lotado, ele colocou o público para cantar, em duas vozes, fazendo com que todos cantassem afinados e no tempo certo. Quem assistiu diz que foi impressionante. Mas assisti em 1970, e vi de novo agora em vídeo que está disponível no YouTube, ao dueto dele com Sarah Vaughan, transmitido pela TV Tupi. Em duas canções, "Oh happy days" e "The shadow of your smile", o jovem cantor de 30 anos dialoga com uma das rainhas do jazz, de 45, de igual para igual, improvisando, variando, e sendo tratado por ela absolutamente como um igual. Novamente, é impressionante.
O crime
De repente Simonal sumiu. Parou de fazer shows, não gravou mais. Aos poucos os fatos se espalharam pelo Rio: Simonal seria dedo-duro do DOPS — o famigerado Departamento da Ordem Política e Social, para onde eram levados os presos políticos. Qualquer músico que tocasse com ele iria para uma lista negra e não tocaria mais. O cantor precisava no mínimo de um pianista, de preferência um baixista e um baterista também. SIMONAL NUNCA MAIS CANTOU. Sobreviveu mais de vinte anos sem poder cantar, até morrer de cirrose causada por alcoolismo. Eu me lembro do diálogo que tive com um amigo que tocava contrabaixo:
"É verdade essa história de dedo-duro?", perguntei.
"Não tenho a menor idéia", foi a resposta.
"Mas então por que você não toca com ele?"
"Porque se eu tocar com ele fico proibido de tocar, ninguém mais vai tocar comigo."
A proibição foi 100% eficaz, e durou até a morte de Simonal.
Não vi esse novo documentário, mas li tudo que achei nos jornais sobre ele. Eis os fatos reais, de acordo com o relato de diferentes pessoas: Simonal achava que seu contador o estava roubando, e contratou dois meganhas para dar uma surra no mesmo. O surrado deu queixa na polícia e o cantor foi processado e condenado — entendo que não foi preso por ser criminoso primário. A história se espalhou e muita gente do meio musical cobrou de Simonal por que ele teria mandado dar a surra.
Acontece que os meganhas contratados por ele eram do DOPS, tinham feito um bico no horário de folga. Simonal, que tinha um lado infantil e mentiroso, passou a espalhar: "Ninguém mexa comigo porque eu tenho amigos no DOPS". Essa mentira, somada ao fato de que o cantor era visto como favorável ao governo militar, fez com que alguma misteriosa entidade dona da verdade "politicamente correta" decretasse o banimento dele. Ninguém sabe, ninguém viu, quem era essa misteriosa pessoa, ou grupo de pessoas, que teve esse poder monstruoso: decretar a morte profissional de um grande artista. (Não me esqueço de que ele tinha prostituído seu talento, mas ouso pensar que quando essa moda idiota da "pilantragem" se esgotasse algum arranjador de talento o convenceria a gravar música de boa qualidade novamente. Que tal um disco Simonal/Luis Eça?)
Resumindo: um grande artista, aos trinta e poucos anos de idade, foi privado do exercício da sua profissão e de seu talento com base numa mentira sórdida. E o meio musical se acovardou e aceitou isso calado.
O que você acha de perseguições, como a de Wilson Simonal, baseada em divergências políticas? É razoável que a carreira de um artista seja impedida de continuar só porque os que dominavam o pensamento intelectual da época nao concordavam com as suas idéias?
quarta-feira, 8 de novembro de 2017
Orquestra Afro-Brasileira
Quando o maestro Abigail Moura entrava no palco era como se arrastasse consigo todas as forças cósmicas. Nos bastidores, tal qual um sacerdote, fazia uma oferenda aos deuses em busca de captar boas vibrações, dava comida aos atabaques, sacralizava os instrumentos, tomava um banho de ervas purificadoras e submetia as roupas dos músicos a um ritual religioso. De 1942 a 1970, Moura esteve à frente da ousada e vanguardista Orquestra Afro-Brasileira, projeto musical criado por ele para valorizar a memória e a cultura negra.
Em sua música interpretada como exótica por alguns, difícil por outros e nada comercial por todos, entronizou a percussão como alma da orquestra, fundiu os ritmos ancestrais africanos ao jazz e à música erudita. Colocou instrumentos “primitivos” ao lado de “civilizados” e inspirou-se nas cantigas que ouviu da avó na infância, nas lembranças da família e nos cantos de umbanda para compor as canções que, de acordo com sua definição, boiavam no mistério e se projetavam pelo inexplicável.
Até 25 de janeiro, o Museu Afro Brasil, em São Paulo, exibe Breves Notícias: Abigail Moura e Orquestra Afro-Brasileira, mostra que reúne manuscritos de textos e poemas, partituras, cartazes de audições e fotografias do maestro e dos músicos. A exposição é pequena, especialmente a se considerar a importância do homenageado. O acanhamento é, contudo, justificável, pois pouco se sabe acerca do músico autodidata nascido em Minas Gerais e radicado no Rio de Janeiro, cujo talento vanguardista arrebanhou devotos como Eleazar de Carvalho, Camargo Guarnieri e Câmara Cascudo.
Em 30 anos de atuação, a Afro-Brasil fez somente cerca de cem apresentações e lançou dois discos, Obaluayê (1957) e Orquestra Afro-Brasileira (1968). Raridades ambos, o primeiro LP ganhou edição em CD em 2003, encartada em brochura baseada na pesquisa do antropólogo especializado em música Grégoire de Villanova a convite de Emanoel Araujo, à época curador da exposição Negras Memórias, Memórias de Negros e hoje à frente do Museu Afro Brasil.
“Moura tinha enorme curiosidade sobre a África e a questão afro-brasileira. Era um músico consciente de suas raízes, engajado na conquista de uma memória sagrada e profana”, diz Araujo. Para o franco-brasileiro Villanova, habituado a viagens por Caribe, África e América Latina em busca de raridades em vinil, a importância maior de Moura foi criar um som único, um gênero que se aproxima da música clássica afro-brasileira. “Ele resgata instrumentos muito antigos e os usa quando não fazem mais parte da organologia afro-brasileira. Poucos artistas fizeram isso nos últimos dois séculos.”
A fusão estabelecida entre o que considera primitivo e civilizado coloca lado a lado instrumentos da tradição ritual jeje-nagô, como o trio sagrado de tambores denominados rum, de som grave, rumpi, de registro médio, e lê, de som agudo (o pai, a mãe e o filho), o agogô, condutor do ritmo, conguê e adjá, sinetas metálicas, berimbau e urucungo, da família dos arcos sonoros africanos. A completar a maravilhosa “cozinha” percussiva, o ganzá e a angona-puíta, avó da cuíca brasileira. Com a finalidade de fazer um contraponto ocidental, a Orquestra Afro-Brasil trazia dois saxes-altos, dois saxes-tenores, três clarinetas, três trompetes e dois trombones.
Um tom místico e ancestral emanava especialmente da voz profunda da solista Maria do Carmo. De vestido longo, beleza negra evocativa de Billie Holiday, ou paramentada como baiana, envolta em bata branca, colares e pulseiras de contas a conferir aura de rainha, a contralto teria sido a inspiração para Moura criar a orquestra. Num episódio que reforça a mística em torno da Afro-Brasil, Carmo interpretava de modo sublime um canto religioso quando enlouqueceu em cena. Nunca mais voltou aos palcos.
Pobre e líder de uma orquestra em que a maioria dos músicos era formada por amadores que tocavam por amor à arte, Moura cantou uma África onde nunca colocou os pés, cuja força vinha da ancestralidade. Na análise do ideólogo Abdias do Nascimento, o maestro “jamais se dobrou aos apelos bastardos da comercialização” e não se deixou “corromper pelos cantos de sereia ideológicos”. Com um projeto tão ousado quanto impopular, quem seria o público da Afro-Brasil? “Moura estava inserido num contexto mais intelectualizado de burguesia negra e a pessoas muito ligadas à música que entendiam o que ele fazia”, diz Villanova. Entre a elite que ia às apresentações estavam o poeta e teatrólogo Paschoal Carlos Magno, o maestro José Siqueira e musicólogos como o dinamarquês Hans Jorgen Pedersen.
Único remanescente da orquestra com carreira profissional ativa, Carlos Negreiros procura perpetuar o ideário musical de Moura. “Ele é um mestre em percussão e foi cantor solista da Afro-Brasil”, conta Villanova. “Percebo na forma estética de Negreiros o som do maestro. Ele tem formação clássica e talvez a ligação esteja aí, no desejo de fazer música erudita afro-brasileira. Ambos usaram raízes totalmente diferentes, a priori conflitantes, para criar algo ímpar.”
Depois da morte de Moura, em 1970, Negreiros tentou refazer a orquestra. Não deu certo. Numa consulta a um terreiro de umbanda foi aconselhado a jogar no mar tudo o que se referisse à big band e acabar de vez com a Afro-Brasil.
Trinta e seis anos após o desaparecimento de Moura, surge na Bahia a Orkestra Rumpilezz, que bebe da mesma fonte. A big band criada pelo maestro Letieres Leite em 2006 parte do universo rítmico das ruas de Salvador, do sacro ao profano, dos toques de umbanda e candomblé. O nome do grupo é uma aglutinação dos três tambores primordiais, ru, rumpi e lê, acrescido dos dois zês da palavra jazz.
“Conheci o trabalho do Moura por meio do Ed Motta. Fiquei abismado com a beleza da obra. O maestro foi inovador, especialmente para a época, tanto que sofreu problemas sérios de preconceito, pois era uma orquestra de negros com toques de percussão. Bebemos da mesma fonte, a diferença é que buscamos conexões com a música contemporânea, dos arranjos às formações rítmicas”, diz Leite. Com 20 integrantes, 14 nos sopros, o maestro no sax, e 19 na percussão, a Rumpilezz faz a fusão de música negra ancestral e jazz.
Se a Rumpilezz não se entrega à ritualização como a Afro-Brasil, mergulha com tudo no universo sonoro dos terreiros, coloca pimenta no caldeirão e serve um prato borbulhante. “Todos os percussionistas são ligados ao terreiro. Eu sou filho de santo, somos todos macumbeiros.”
Para Leite, que quando jovem aluno da Universidade Federal da Bahia matava aulas de artes plásticas para tocar flauta e corrigiu o prumo ao entrar para o Conservatório Franz Schubert, em Viena, a reação do público surpreende. “Achei que nosso som se destinasse a plateias restritas. Mas a receptividade é muito boa, vamos do Teatro Municipal do Rio a uma praça .”
Arranjador de artistas como Lenine e Gilberto Gil, o maestro traz a Rumpilezz a São Paulo dias 19, 20 e 21 de dezembro (Sesc Belenzinho). Em julho de 2015, junta-se ao saxofonista norte-americano Joshua Redman em turnê pela Europa. “Tudo será gravado, preparamos o segundo álbum autoral.” O primeiro foi lançado em 2009.
Segundo Motta, entusiasta do trabalho do maestro baiano, Leite é sucessor legítimo de Moura. “Ele diz que herdei o bastão. Acho certo exagero, mas na qualidade de orquestra afro-brasileira talvez sejamos a continuidade.” Assim como o quase esquecido antecessor, que Villanova equipara ao norte-americano Sun Ra e ao nigeriano Fela Kuti (“eles inventaram um estilo musical”), Leite vai além de perpetuar a tradição afro-brasileira. Nas palavras do pesquisador, o intuito de Moura era “a vontade de criar uma grande música e participar da beleza universal”. Objetivo maior certamente compartilhado por Leite.
Em sua música interpretada como exótica por alguns, difícil por outros e nada comercial por todos, entronizou a percussão como alma da orquestra, fundiu os ritmos ancestrais africanos ao jazz e à música erudita. Colocou instrumentos “primitivos” ao lado de “civilizados” e inspirou-se nas cantigas que ouviu da avó na infância, nas lembranças da família e nos cantos de umbanda para compor as canções que, de acordo com sua definição, boiavam no mistério e se projetavam pelo inexplicável.
Até 25 de janeiro, o Museu Afro Brasil, em São Paulo, exibe Breves Notícias: Abigail Moura e Orquestra Afro-Brasileira, mostra que reúne manuscritos de textos e poemas, partituras, cartazes de audições e fotografias do maestro e dos músicos. A exposição é pequena, especialmente a se considerar a importância do homenageado. O acanhamento é, contudo, justificável, pois pouco se sabe acerca do músico autodidata nascido em Minas Gerais e radicado no Rio de Janeiro, cujo talento vanguardista arrebanhou devotos como Eleazar de Carvalho, Camargo Guarnieri e Câmara Cascudo.
Em 30 anos de atuação, a Afro-Brasil fez somente cerca de cem apresentações e lançou dois discos, Obaluayê (1957) e Orquestra Afro-Brasileira (1968). Raridades ambos, o primeiro LP ganhou edição em CD em 2003, encartada em brochura baseada na pesquisa do antropólogo especializado em música Grégoire de Villanova a convite de Emanoel Araujo, à época curador da exposição Negras Memórias, Memórias de Negros e hoje à frente do Museu Afro Brasil.
“Moura tinha enorme curiosidade sobre a África e a questão afro-brasileira. Era um músico consciente de suas raízes, engajado na conquista de uma memória sagrada e profana”, diz Araujo. Para o franco-brasileiro Villanova, habituado a viagens por Caribe, África e América Latina em busca de raridades em vinil, a importância maior de Moura foi criar um som único, um gênero que se aproxima da música clássica afro-brasileira. “Ele resgata instrumentos muito antigos e os usa quando não fazem mais parte da organologia afro-brasileira. Poucos artistas fizeram isso nos últimos dois séculos.”
A fusão estabelecida entre o que considera primitivo e civilizado coloca lado a lado instrumentos da tradição ritual jeje-nagô, como o trio sagrado de tambores denominados rum, de som grave, rumpi, de registro médio, e lê, de som agudo (o pai, a mãe e o filho), o agogô, condutor do ritmo, conguê e adjá, sinetas metálicas, berimbau e urucungo, da família dos arcos sonoros africanos. A completar a maravilhosa “cozinha” percussiva, o ganzá e a angona-puíta, avó da cuíca brasileira. Com a finalidade de fazer um contraponto ocidental, a Orquestra Afro-Brasil trazia dois saxes-altos, dois saxes-tenores, três clarinetas, três trompetes e dois trombones.
Um tom místico e ancestral emanava especialmente da voz profunda da solista Maria do Carmo. De vestido longo, beleza negra evocativa de Billie Holiday, ou paramentada como baiana, envolta em bata branca, colares e pulseiras de contas a conferir aura de rainha, a contralto teria sido a inspiração para Moura criar a orquestra. Num episódio que reforça a mística em torno da Afro-Brasil, Carmo interpretava de modo sublime um canto religioso quando enlouqueceu em cena. Nunca mais voltou aos palcos.
Pobre e líder de uma orquestra em que a maioria dos músicos era formada por amadores que tocavam por amor à arte, Moura cantou uma África onde nunca colocou os pés, cuja força vinha da ancestralidade. Na análise do ideólogo Abdias do Nascimento, o maestro “jamais se dobrou aos apelos bastardos da comercialização” e não se deixou “corromper pelos cantos de sereia ideológicos”. Com um projeto tão ousado quanto impopular, quem seria o público da Afro-Brasil? “Moura estava inserido num contexto mais intelectualizado de burguesia negra e a pessoas muito ligadas à música que entendiam o que ele fazia”, diz Villanova. Entre a elite que ia às apresentações estavam o poeta e teatrólogo Paschoal Carlos Magno, o maestro José Siqueira e musicólogos como o dinamarquês Hans Jorgen Pedersen.
Único remanescente da orquestra com carreira profissional ativa, Carlos Negreiros procura perpetuar o ideário musical de Moura. “Ele é um mestre em percussão e foi cantor solista da Afro-Brasil”, conta Villanova. “Percebo na forma estética de Negreiros o som do maestro. Ele tem formação clássica e talvez a ligação esteja aí, no desejo de fazer música erudita afro-brasileira. Ambos usaram raízes totalmente diferentes, a priori conflitantes, para criar algo ímpar.”
Depois da morte de Moura, em 1970, Negreiros tentou refazer a orquestra. Não deu certo. Numa consulta a um terreiro de umbanda foi aconselhado a jogar no mar tudo o que se referisse à big band e acabar de vez com a Afro-Brasil.
Trinta e seis anos após o desaparecimento de Moura, surge na Bahia a Orkestra Rumpilezz, que bebe da mesma fonte. A big band criada pelo maestro Letieres Leite em 2006 parte do universo rítmico das ruas de Salvador, do sacro ao profano, dos toques de umbanda e candomblé. O nome do grupo é uma aglutinação dos três tambores primordiais, ru, rumpi e lê, acrescido dos dois zês da palavra jazz.
“Conheci o trabalho do Moura por meio do Ed Motta. Fiquei abismado com a beleza da obra. O maestro foi inovador, especialmente para a época, tanto que sofreu problemas sérios de preconceito, pois era uma orquestra de negros com toques de percussão. Bebemos da mesma fonte, a diferença é que buscamos conexões com a música contemporânea, dos arranjos às formações rítmicas”, diz Leite. Com 20 integrantes, 14 nos sopros, o maestro no sax, e 19 na percussão, a Rumpilezz faz a fusão de música negra ancestral e jazz.
Se a Rumpilezz não se entrega à ritualização como a Afro-Brasil, mergulha com tudo no universo sonoro dos terreiros, coloca pimenta no caldeirão e serve um prato borbulhante. “Todos os percussionistas são ligados ao terreiro. Eu sou filho de santo, somos todos macumbeiros.”
Para Leite, que quando jovem aluno da Universidade Federal da Bahia matava aulas de artes plásticas para tocar flauta e corrigiu o prumo ao entrar para o Conservatório Franz Schubert, em Viena, a reação do público surpreende. “Achei que nosso som se destinasse a plateias restritas. Mas a receptividade é muito boa, vamos do Teatro Municipal do Rio a uma praça .”
Arranjador de artistas como Lenine e Gilberto Gil, o maestro traz a Rumpilezz a São Paulo dias 19, 20 e 21 de dezembro (Sesc Belenzinho). Em julho de 2015, junta-se ao saxofonista norte-americano Joshua Redman em turnê pela Europa. “Tudo será gravado, preparamos o segundo álbum autoral.” O primeiro foi lançado em 2009.
Segundo Motta, entusiasta do trabalho do maestro baiano, Leite é sucessor legítimo de Moura. “Ele diz que herdei o bastão. Acho certo exagero, mas na qualidade de orquestra afro-brasileira talvez sejamos a continuidade.” Assim como o quase esquecido antecessor, que Villanova equipara ao norte-americano Sun Ra e ao nigeriano Fela Kuti (“eles inventaram um estilo musical”), Leite vai além de perpetuar a tradição afro-brasileira. Nas palavras do pesquisador, o intuito de Moura era “a vontade de criar uma grande música e participar da beleza universal”. Objetivo maior certamente compartilhado por Leite.
Djalma Corrêa
Djalma Novaes Corrêa (Ouro Preto, 18 de novembro de 1942) é um instrumentista (contrabaixo, bateria e tambor) e compositor brasileiro.
Formou-se em Salvador, onde estudou percussão e composição na Universidade Federal da Bahia (UFBA) com professores como Walter Smetak, Hans-Joachim Koellreutter, entre outros.
Desenvolveu em parceria com o Goethe Institut, o projeto "The German All Stars Old Friend", um festival de jazz do qual reúne músicos alemães aos de outros países.
Discografia:
(1978) Gilberto Gil e Djalma Corrêa
(1978) Baiafro: Musica Popular Brasileira Contemporânea
(1987) Quarteto Negro (Paulo Moura, Zezé Motta, Djalma Corrêa e Jorge Degas)
(1980) Djalma Corrêa
(1984) Djalma Corrêa e Banda Cauim
(1984) Xingú: Guitar & Percussion
(1993) The Caju Collection - O Melhor da Música Instrumental Brasileira
(2001) Jazz Lounge, Volume 3: In a Latin Mood Compilation
Formou-se em Salvador, onde estudou percussão e composição na Universidade Federal da Bahia (UFBA) com professores como Walter Smetak, Hans-Joachim Koellreutter, entre outros.
Desenvolveu em parceria com o Goethe Institut, o projeto "The German All Stars Old Friend", um festival de jazz do qual reúne músicos alemães aos de outros países.
Discografia:
(1978) Gilberto Gil e Djalma Corrêa
(1978) Baiafro: Musica Popular Brasileira Contemporânea
(1987) Quarteto Negro (Paulo Moura, Zezé Motta, Djalma Corrêa e Jorge Degas)
(1980) Djalma Corrêa
(1984) Djalma Corrêa e Banda Cauim
(1984) Xingú: Guitar & Percussion
(1993) The Caju Collection - O Melhor da Música Instrumental Brasileira
(2001) Jazz Lounge, Volume 3: In a Latin Mood Compilation
terça-feira, 7 de novembro de 2017
Trio Ternura
Um dos mais importantes grupos vocais do Brasil, formado pelos irmãos Jurema Lourenço da Silva (07/11/1946), Robson Lourenço da Silva (24/08/1951 – 25/12/2011) e Jussara Lourenço da Silva (17/05/1953).
Nascidos no Rio de Janeiro, cresceram no suburbano bairro de Realengo (zona oeste da capital carioca), onde muito cedo iniciaram carreira. Filhos do compositor Umberto Silva, autor de clássicos como o bolero “Ninguém é de ninguém”, imortalizado na voz de Cauby Peixoto e a marcha carnavalesca “Até quarta-feira”, entre outros.
O nome Trio Ternura foi sugerido pela amiga Lilian Maria, filha de Almeida Rego, outro importante compositor da época. Estrearam em disco pela gravadora Musidisc com a música "A raposa" em 1966, influenciados pelo sucesso do Trio Esperança. Logo depois estouraram nas paradas com a música "Volta meu amor" (versão para Changes, de Phil Ochs).
No ano seguinte já mostravam a tendência e afinidade com a Soul Music com a gravação de "Lindo" (versão do clássico 'Groovin', original do grupo vocal americano The Young Rascals).
Em 1968 lançaram "Nem um talvez" (de autoria do pai Umberto Silva e Theresinha Curtis) que, rapidamente se tornou o maior sucesso da carreira do Trio, lhes dando as credenciais para lançar o primeiro LP. Logo despertaram a atenção do cantor Roberto Carlos, que se encantou com a interpretação de "Nem um talvez" e os convidou para participar de seu Programa Jovem Guarda, na TV Record.
Com o prestígio alcançado após esse sucesso, ingressaram na gravadora CBS, onde surgiram outros êxitos como "Não brinque com o amor", "Eu sou de você", "Não vou brigar com você" e outras, participando inclusive da famosa coletânea "As 14 Mais".
Em 1970 acompanharam o cantor Toni Tornado no 5º F.I.C. (Festival Internacional da Canção) e saíram vitoriosos com a "BR-3" (de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar). A partir daí entraram de cabeça no "Universo Soul".
No ano de 1971 lançaram um LP fortemente influenciado pela Soul Music com direção artística de Raul Seixas e que se tornou um clássico. No mesmo ano venceram novamente o F.I.C. em sua 6ª edição com a canção "Kyriê" (autoria de Paulinho Soares e Marcelo Silva).
Na gravadora Polydor emplacaram com "Kyriê" e, em 1973 com "A gira" (música de inspiração Umbanda, composta por Umberto Silva em parceria com Beto Scala, irmão do Trio, que fez carreira solo de grande sucesso nos anos 70).
Em 1974, com a entrada dos irmãos Léo e Zé Roberto, o grupo se tornou Quinteto Ternura, registrando um memorável LP pela RCA Victor.
Encerraram suas atividades ainda no final da década de 70, deixando importante contribuição para a nossa música.
A partir de então, Jurema e Jussara, que já conciliavam a carreira do grupo com gravações acompanhando diversos cantores no vocal, intensificaram as atividades de backing-vocal para grandes nomes da MPB, como: Cazuza, Elba Ramalho, Ana Carolina, Beth Carvalho, Mart'náliae vários outros. Jussara em paralelo, também se dedica a carreira solo e Robson infelizmente faleceu em 2011.
Nascidos no Rio de Janeiro, cresceram no suburbano bairro de Realengo (zona oeste da capital carioca), onde muito cedo iniciaram carreira. Filhos do compositor Umberto Silva, autor de clássicos como o bolero “Ninguém é de ninguém”, imortalizado na voz de Cauby Peixoto e a marcha carnavalesca “Até quarta-feira”, entre outros.
O nome Trio Ternura foi sugerido pela amiga Lilian Maria, filha de Almeida Rego, outro importante compositor da época. Estrearam em disco pela gravadora Musidisc com a música "A raposa" em 1966, influenciados pelo sucesso do Trio Esperança. Logo depois estouraram nas paradas com a música "Volta meu amor" (versão para Changes, de Phil Ochs).
No ano seguinte já mostravam a tendência e afinidade com a Soul Music com a gravação de "Lindo" (versão do clássico 'Groovin', original do grupo vocal americano The Young Rascals).
Em 1968 lançaram "Nem um talvez" (de autoria do pai Umberto Silva e Theresinha Curtis) que, rapidamente se tornou o maior sucesso da carreira do Trio, lhes dando as credenciais para lançar o primeiro LP. Logo despertaram a atenção do cantor Roberto Carlos, que se encantou com a interpretação de "Nem um talvez" e os convidou para participar de seu Programa Jovem Guarda, na TV Record.
Com o prestígio alcançado após esse sucesso, ingressaram na gravadora CBS, onde surgiram outros êxitos como "Não brinque com o amor", "Eu sou de você", "Não vou brigar com você" e outras, participando inclusive da famosa coletânea "As 14 Mais".
Em 1970 acompanharam o cantor Toni Tornado no 5º F.I.C. (Festival Internacional da Canção) e saíram vitoriosos com a "BR-3" (de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar). A partir daí entraram de cabeça no "Universo Soul".
No ano de 1971 lançaram um LP fortemente influenciado pela Soul Music com direção artística de Raul Seixas e que se tornou um clássico. No mesmo ano venceram novamente o F.I.C. em sua 6ª edição com a canção "Kyriê" (autoria de Paulinho Soares e Marcelo Silva).
Na gravadora Polydor emplacaram com "Kyriê" e, em 1973 com "A gira" (música de inspiração Umbanda, composta por Umberto Silva em parceria com Beto Scala, irmão do Trio, que fez carreira solo de grande sucesso nos anos 70).
Em 1974, com a entrada dos irmãos Léo e Zé Roberto, o grupo se tornou Quinteto Ternura, registrando um memorável LP pela RCA Victor.
Encerraram suas atividades ainda no final da década de 70, deixando importante contribuição para a nossa música.
A partir de então, Jurema e Jussara, que já conciliavam a carreira do grupo com gravações acompanhando diversos cantores no vocal, intensificaram as atividades de backing-vocal para grandes nomes da MPB, como: Cazuza, Elba Ramalho, Ana Carolina, Beth Carvalho, Mart'náliae vários outros. Jussara em paralelo, também se dedica a carreira solo e Robson infelizmente faleceu em 2011.
Dina Di
Se hoje temos Negra Li ou Karol Conka, devemos agradecer à atitude de Dina Di, que se levantou e subiu no palco de calça larga e tranças trazendo um RAP de compromisso para um público que não estava acostumado a ouvir uma voz feminina por trás do microfone.
Nascida em Campinas, com todos os problemas familiares possíveis, sem pai na criação e fugida de casa aos 13, Dina Di encontrou tudo que teve na mente engatilhada e no microfone na mão, mas não foi muito, passou muita fome, comia um prato por dia quando muito e morava de favor na casa dos outros.
Tinha medo de ser ‘apenas’ Viviane, sem currículo pra não conseguir nem ser empregada como ela dizia, medo de deixar de ser a rapper que movimentava o público.
“Não cheguei a conviver com a Dina Di, mas sempre fui fã dessa guerreira. Uma mulher de muita luta, fibra, que sempre foi linha de frente e nunca deixou a peteca cair. Ela foi um exemplo de poesia positiva que levou e ainda vai levar esperança para muita gente. Pena que, em vida, ela não recebeu o reconhecimento à altura do que merecia.”
(Criolo Doido)
Fazia questão de explicar suas roupas folgadas no estilo masculino, óculos e boné. Explicava que se trajava daquela maneira para que os manos que acompanhavam seu show não olhassem pra sua bunda, mas sim ouvissem o seu som.
Encontrou-se no grupo Visão de Rua, e na sua música contou a realidade sofrida, relatava todas as histórias as quais passou.
Abandonou a escola na terceira série ao fugir de casa, mas não a escrita. Mesmo com problemas de dicção, trocando r e s, fazendo confusões silábicas, não deixou de demonstrar sua qualidade poética.
Mas não foi só sofrimento sua inspiração, Dina Di encontrou o amor em Thock (Chucky), o qual conheceu na adolescência, época de aventuras e paixões, as quais levaram o seu companheiro a ser condenado à prisão, e fazer o relato retratado na música voltar ao sofrimento, mas agora o sofrimento que se enfrenta ao acompanhar o vão que se tem entre as grades.
Dina Di foi uma das melhores rappers a retratar o que é visitar um detento sendo mulher, tanto em depoimentos em entrevistas, quanto na sua poesia. Relatando desde detalhes claros até sentimentos íntimos, suas músicas demonstraram tudo o que envolve ser mulher de um presidiário.
Levantou a cabeça em cima do palco para o movimento feminino em cima do palco, fazendo a diferença desde o começo, falando contra o movimento ser dominado pelos homens, falando que nunca ‘pagou pau pra homem’, que é aficionada por Racionais, mas não respeita Mano Brown chamar uma mulher de vadia em suas letras ou mesmo não falar de sua mulher nas mesmas.
Sendo indicada a alguns prêmios, tendo como destaque ter vencido o prêmio Hútuz, também tocando com o grupo RZO, lançando seus discos e vendendo boné, camisa do Visão de Rua, conseguiu seguir em frente e se erguer na vida pessoal, se desvencilhando de vícios antigos e descobrindo novas felicidades.
Casou-se no Sesc Itaquera com o seu companheiro, que neste momento havia conseguido a liberdade. Se erguendo, Dina Di estava se realizando, e estava prestes a aproveitar uma de suas maiores realizações, que seria a maternidade da pequena Aline.
“Essa notícia foi um baque e deixou meu sábado muito triste. Dina Di foi uma grande representante do rap feminino e brasileiro. Uma guerreira muito importante, que fez as mulheres ganharem mais respeito na cena. Com a perda dela, todos nós perdemos um pouco da nossa força. Espero que, agora, ela consiga a paz que todos nós procuramos.”
(Thaide)
Quando em um trágico dia pro RAP, pra música nacional e principalmente para a recém-nascida Aline, Dina Di faleceu devido a uma infecção hospitalar contraída no parto.
Nascida em Campinas, com todos os problemas familiares possíveis, sem pai na criação e fugida de casa aos 13, Dina Di encontrou tudo que teve na mente engatilhada e no microfone na mão, mas não foi muito, passou muita fome, comia um prato por dia quando muito e morava de favor na casa dos outros.
Tinha medo de ser ‘apenas’ Viviane, sem currículo pra não conseguir nem ser empregada como ela dizia, medo de deixar de ser a rapper que movimentava o público.
“Não cheguei a conviver com a Dina Di, mas sempre fui fã dessa guerreira. Uma mulher de muita luta, fibra, que sempre foi linha de frente e nunca deixou a peteca cair. Ela foi um exemplo de poesia positiva que levou e ainda vai levar esperança para muita gente. Pena que, em vida, ela não recebeu o reconhecimento à altura do que merecia.”
(Criolo Doido)
Fazia questão de explicar suas roupas folgadas no estilo masculino, óculos e boné. Explicava que se trajava daquela maneira para que os manos que acompanhavam seu show não olhassem pra sua bunda, mas sim ouvissem o seu som.
Encontrou-se no grupo Visão de Rua, e na sua música contou a realidade sofrida, relatava todas as histórias as quais passou.
Abandonou a escola na terceira série ao fugir de casa, mas não a escrita. Mesmo com problemas de dicção, trocando r e s, fazendo confusões silábicas, não deixou de demonstrar sua qualidade poética.
Mas não foi só sofrimento sua inspiração, Dina Di encontrou o amor em Thock (Chucky), o qual conheceu na adolescência, época de aventuras e paixões, as quais levaram o seu companheiro a ser condenado à prisão, e fazer o relato retratado na música voltar ao sofrimento, mas agora o sofrimento que se enfrenta ao acompanhar o vão que se tem entre as grades.
Dina Di foi uma das melhores rappers a retratar o que é visitar um detento sendo mulher, tanto em depoimentos em entrevistas, quanto na sua poesia. Relatando desde detalhes claros até sentimentos íntimos, suas músicas demonstraram tudo o que envolve ser mulher de um presidiário.
Levantou a cabeça em cima do palco para o movimento feminino em cima do palco, fazendo a diferença desde o começo, falando contra o movimento ser dominado pelos homens, falando que nunca ‘pagou pau pra homem’, que é aficionada por Racionais, mas não respeita Mano Brown chamar uma mulher de vadia em suas letras ou mesmo não falar de sua mulher nas mesmas.
Sendo indicada a alguns prêmios, tendo como destaque ter vencido o prêmio Hútuz, também tocando com o grupo RZO, lançando seus discos e vendendo boné, camisa do Visão de Rua, conseguiu seguir em frente e se erguer na vida pessoal, se desvencilhando de vícios antigos e descobrindo novas felicidades.
Casou-se no Sesc Itaquera com o seu companheiro, que neste momento havia conseguido a liberdade. Se erguendo, Dina Di estava se realizando, e estava prestes a aproveitar uma de suas maiores realizações, que seria a maternidade da pequena Aline.
“Essa notícia foi um baque e deixou meu sábado muito triste. Dina Di foi uma grande representante do rap feminino e brasileiro. Uma guerreira muito importante, que fez as mulheres ganharem mais respeito na cena. Com a perda dela, todos nós perdemos um pouco da nossa força. Espero que, agora, ela consiga a paz que todos nós procuramos.”
(Thaide)
Quando em um trágico dia pro RAP, pra música nacional e principalmente para a recém-nascida Aline, Dina Di faleceu devido a uma infecção hospitalar contraída no parto.
segunda-feira, 6 de novembro de 2017
Pixinguinha
Alfredo da Rocha Vianna Filho, conhecido como Pixinguinha (Rio de Janeiro, 23 de abril de 1897 — Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 1973), foi um maestro, flautista, saxofonista, compositor e arranjador brasileiro.
No estúdio da Rádio Mayrink Veiga, 1932, o jovem Manuel de Nóbrega, aos 19 anos (2º em pé da esq para dir) Carmen e Aurora Miranda (sentadas) segurando a flauta Pixinguinha.
Pixinguinha é considerado um dos maiores compositores da música popular brasileira, contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva.
Pixinguinha era filho do músico Alfredo da Rocha Vianna, funcionário dos correios, flautista e que possuía uma grande coleção de partituras de choros antigos. Aprendeu música em casa, fazendo parte de uma família com vários irmãos músicos, entre eles o China (Otávio Vianna). Foi ele quem obteve o primeiro emprego para o garoto, que começou a atuar em 1912 em cabarés da Lapa e depois substituiu o flautista titular na orquestra da sala de projeção do Cine Rio Branco. Nos anos seguintes continuou atuando em salas de cinema, ranchos carnavalescos, casas noturnas e no teatro de revista.
Pixinguinha integrou o famoso grupo Caxangá, com Donga e João Pernambuco. A partir deste grupo, foi formado o conjunto Oito batutas, muito ativo a partir de 1919. Na década de 1930 foi contratado como arranjador pela gravadora RCA Victor, criando arranjos celebrizados na voz de cantores como Francisco Alves ou Mário Reis. No fim da década foi substituído na função por Radamés Gnattali. Na década de 1940 passou a integrar o regional de Benedito Lacerda, passando a tocar o saxofone tenor. Algumas de suas principais obras foram registradas em parceria com o líder do conjunto, mas hoje se sabe que Benedito Lacerda não era o compositor, mas pagava pelas parcerias.
Quando compôs "Carinhoso", entre 1916 e 1917 e "Lamentos" em 1928, que são considerados alguns dos choros mais famosos, Pixinguinha foi criticado e essas composições foram consideradas como tendo uma inaceitável influência do jazz, enquanto hoje em dia podem ser vistas como avançadas demais para a época. Além disso, "Carinhoso" na época não foi considerado choro, e sim uma polca. Outras composições, entre centenas, são "Rosa", "Vou vivendo", "Lamentos", "1 x 0", "Naquele tempo" e "Sofres porque Queres".
No estúdio da Rádio Mayrink Veiga, 1932, o jovem Manuel de Nóbrega, aos 19 anos (2º em pé da esq para dir) Carmen e Aurora Miranda (sentadas) segurando a flauta Pixinguinha.
Pixinguinha é considerado um dos maiores compositores da música popular brasileira, contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva.
Pixinguinha era filho do músico Alfredo da Rocha Vianna, funcionário dos correios, flautista e que possuía uma grande coleção de partituras de choros antigos. Aprendeu música em casa, fazendo parte de uma família com vários irmãos músicos, entre eles o China (Otávio Vianna). Foi ele quem obteve o primeiro emprego para o garoto, que começou a atuar em 1912 em cabarés da Lapa e depois substituiu o flautista titular na orquestra da sala de projeção do Cine Rio Branco. Nos anos seguintes continuou atuando em salas de cinema, ranchos carnavalescos, casas noturnas e no teatro de revista.
Pixinguinha integrou o famoso grupo Caxangá, com Donga e João Pernambuco. A partir deste grupo, foi formado o conjunto Oito batutas, muito ativo a partir de 1919. Na década de 1930 foi contratado como arranjador pela gravadora RCA Victor, criando arranjos celebrizados na voz de cantores como Francisco Alves ou Mário Reis. No fim da década foi substituído na função por Radamés Gnattali. Na década de 1940 passou a integrar o regional de Benedito Lacerda, passando a tocar o saxofone tenor. Algumas de suas principais obras foram registradas em parceria com o líder do conjunto, mas hoje se sabe que Benedito Lacerda não era o compositor, mas pagava pelas parcerias.
Quando compôs "Carinhoso", entre 1916 e 1917 e "Lamentos" em 1928, que são considerados alguns dos choros mais famosos, Pixinguinha foi criticado e essas composições foram consideradas como tendo uma inaceitável influência do jazz, enquanto hoje em dia podem ser vistas como avançadas demais para a época. Além disso, "Carinhoso" na época não foi considerado choro, e sim uma polca. Outras composições, entre centenas, são "Rosa", "Vou vivendo", "Lamentos", "1 x 0", "Naquele tempo" e "Sofres porque Queres".
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