Ponta de pedra, costeira, perau, quebra mar
Mangue, colônia pesqueira, pontal do pilar
Barro, sapê e aroeira é a casa de lá
Bule de flandres, esteira, moringa e alguidar
Beira de mar
Praia de areia de ouro de alumiar
Luz de vaga-lume, estrela, candeia e luar
A lua cheia se mira nas águas de lá
Lá que a sereia costuma surgir pra cantar
Beira de mar
Cada negro olhar
Sangue de África
Centro de aldeia, bandeira, nação Zanzibar
Da mesma veia guerreiro do Povo Palmar
Tudo palmeira de beira de mar
Tudo palmeira de beira de mar
Tudo palmeira de beira de mar
terça-feira, 31 de outubro de 2017
domingo, 29 de outubro de 2017
Mano Brown
Pedro Paulo Soares (São Paulo, São Paulo, 1970). Rapper, compositor e líder dos Racionais MC’s. Cresce na zona sul de São Paulo, na região dos bairros Capão Redondo e Parque Santo Antônio. Filho de mãe negra e pai branco, é criado pela mãe, Ana Pereira Soares. Em 1986, ganha o apelido Brown nas rodas de samba, em que toca repique de mão e faz algumas batidas inspiradas no funk norte-americano. Os companheiros da roda, então, comparam-no a James Brown (1933-2006). Escreve a primeira letra de música aos 17 anos. A composição, “Terror da Vizinhança”, não é gravada. No mesmo período, frequenta o Metrô São Bento, onde acontecem os encontros entre os artistas de rap de São Paulo. Forma a dupla de rap BB Boys com o amigo de infância Paulo Eduardo Salvador (1970), o Ice Blue. Os BB Boys participam de alguns concursos e eventos e chamam a atenção do público, com suas letras que descrevem o cotidiano violento da periferia. Brown inspira-se em Thaíde (1967) e outros compositores que frequentam a São Bento (praça da estação de trem do metrô de São Paulo, ponto de encontro, nos anos 1980 e 1990, de jovens que se reúnem para dançar e fazer rap). Thaíde é um dos primeiros rappers brasileiros que ele vê cantar na televisão e que esboça uma crítica social em suas letras. Mano Brown inicia a transição para um discurso mais engajado.
Mano Brown e Ice Blue conhecem Edi Rock [Edivaldo Pereira Alves, (1970)] e KL Jay [Kleber Geraldo Lelis Simões (1969)] no fim dos anos 1980 e os quatro se juntam para formar os Racionais MC’s. A coletânea Consciência Black lança as primeiras músicas do grupo: “Pânico na Zona Sul” (de Mano Brown) e “Tempos Difíceis” (de Edi Rock). O grupo grava cinco discos: Holocausto Urbano (1990), Escolha Seu Caminho (1993), Raio X Brasil (1994), Sobrevivendo no Inferno (1997) e Nada Como Um Dia Após o Outro Dia (2002).
Mano Brown destaca-se como principal compositor e autor dos clássicos que marcam cada fase dos Racionais: “Pânico na Zona Sul”, “Fim de Semana no Parque” , “Capítulo 4, Versículo 3”, “Fórmula Mágica da Paz”, “Diário de um Detento”, em parceria com Jocenir Prado (1950), “Vida Loka”, “Eu Sou 157”, “Jesus Chorou” e, em parceria com Edi Rock, “Voz Ativa”, “Homem na Estrada”, “Negro Drama”.
Como produtor, participa dos discos Provérbios 13, do grupo 509-E, lançado em 2000, e Supernova Samba Funk, da Banda Black Rio, lançado em 2011.
Sem lançar disco com os Racionais desde 2002, Brown cria o coletivo Big Ben Bang Johnson, em 2009, com outros artistas de rap, como Ice Blue, Helião, Sandrão e DJ Cia (integrantes do grupo RZO), Dom Pixote e Du Bronx (integrantes do grupo Rosana Bronx). O grupo não tem formação nem repertório fixos e apresenta-se regularmente na noite paulistana.
Em 2010, Brown participa da gravação de uma versão da música “Umbabarauma”, de Jorge Ben Jor (1942), em uma ação promocional de material esportivo para a Copa do Mundo daquele ano. Dois anos depois, compõe “Mil Faces de um Homem Leal” (Marighella), para um documentário sobre o guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969), do diretor Silvio Tendler (1950).
Análise
Mano Brown é um dos artistas mais importantes do rap brasileiro, o que estabelece um estilo dentro do gênero. Suas letras registram a linguagem do jovem morador da periferia paulistana, no uso das gírias e vocabulário. É seguido por uma legião de fãs, que reconhecem nele uma voz que os representa na sociedade.
Suas letras retratam situações cotidianas da periferia paulistana e, muitas vezes, ele se coloca no papel dos personagens marginalizados nas músicas que canta. “Homem na Estrada” retrata a dificuldade de um ex-presidiário em retomar uma vida social digna. “Diário de Um Detento”, por sua vez, narra, em primeira pessoa, os acontecimentos referentes ao massacre do Carandiru, que resulta na morte de 111 presos, sob a ótica de um detento (Jocenir Prado, coautor da música). “Tô Ouvindo Alguém me Chamar” traz os conflitos morais de um traficante de drogas e “Artigo 157” é o relato do dia a dia de um assaltante.
A escrita detalhada, a presença de um narrador e a sequência cronológica fazem com que alguns de seus raps sejam comparados com as narrativas jornalística e cinematográfica. A fluência com que canta é reconhecida graças ao ritmo e harmonia, com divisões próprias e timbre de voz potente.
Seu estilo de compor, inicialmente, apresenta uma mensagem direta, com poucos versos, como o rap “Pânico na Zona Sul”, e influências do discurso do líder negro norte-americano Malcolm X (1925-1965), citado na letra de “Voz Ativa”:
Precisamos de um líder de crédito popular
Como Malcolm X em outros tempos foi na América
Que seja negro até os ossos, um dos nossos
E reconstrua nosso orgulho que foi feito em destroços.
A partir do disco Raio X Brasil, escreve letras mais longas e propõe que o ouvinte tire suas próprias conclusões sobre o significado delas. No disco Sobrevivendo no Inferno, em músicas como “Diário de um Detento” e “Tô Ouvindo Alguém me Chamar”, Brown narra experiências em primeira pessoa com letras ainda maiores. Em “Nada Como um Dia Após o Outro Dia”, o rapper segue fiel ao método detalhista, mas traz reflexões novas sobre o sucesso artístico e a aparência.
Depois do lançamento de Sobrevivendo no Inferno, Mano Brown reconhece essa diferença no processo criativo, em entrevista para a revista Caros Amigos. Afirma rejeitar músicas como “Pânico na Zona Sul” e “Voz Ativa” que, segundo ele, são “confusas”, compostas com receio do uso de gírias e palavrões que o distanciam do público.
O discurso e a postura do rapper mudam com o tempo. Nos primeiros anos de carreira, ele defende a atitude radical dos Racionais MC’s de fazer shows apenas para o público pobre e não conceder entrevistas à grande mídia. A partir dos anos 2000, ele abre exceções a veículos como a revista Rolling Stone Brasil (2009 e 2013), Jornal da Tarde (2006) e programas da TV Cultura, como Ensaio (2003) e Roda Viva (2007). Neste mesmo período, tornam-se mais comuns as apresentações do grupo em clubes de classe média e alta, pelo dinheiro pago nestas ocasiões. A gravação de “Umbabarauma”, promovida por uma grande marca de material esportivo, é justificada pelo cachê pago, além da oportunidade de gravar em parceria com seu ídolo, Jorge Ben Jor (1942).
A influência de Jorge Ben Jor é a mais marcante na obra de Mano Brown e reflete-se em sua vida pessoal. O nome de seus filhos são homenagem ao ídolo: Kaire Jorge e Domênica (Ben Jor tem uma música chamada “Domenica Domingava Num Domingo Linda Tôda de Branco”, gravada no disco Força Bruta, de 1970). Além disso, Ben Jor é citado na obra dos Racionais em outros momentos: versos dele são sampleados (extraídos e reeditados) no refrão de “Fim de Semana no Parque”; a música “Jorge da Capadócia” é regravada pelo grupo no disco Sobrevivendo no Inferno; e Ben Jor participa do primeiro DVD do grupo, Mil Tretas, Mil Trutas. No programa Ensaio, da TV Cultura, Brown cita também Benito di Paula (1941), Agepê (1942-1995), Roberto Ribeiro (1940-1996), Luiz Ayrão (1942) e Fundo de Quintal como referências. O grupo de rap norte-americano Public Enemy e o artista jamaicano Bob Marley (1945-1981) também são inspirações. Brown refere-se ao músico de reggae como “filho de pai branco e mãe negra, como eu. Era um cara que ficou rico morando dentro de uma favela”, em entrevista a Caros Amigos, em 1998.
As duas participações dos Racionais MC’s na Virada Cultural são marcadas por discursos de Mano Brown. Em 2007, antes do confronto entre público e polícia, ele tenta apaziguar os ânimos dos fãs. Dirige-se a um policial que, supostamente, abusa da violência durante o tumulto. Depois de seis anos afastado do evento, o grupo volta em 2013 em apresentação sem ocorrências policiais. Brown, no entanto, aproveita a ocasião para opinar sobre cenas que ele presencia na madrugada anterior:
Estive ontem de noite aqui, sou da rua, vi muita covardia no centro. Todo mundo fala da polícia, do sistema, mas eu vi vários malucos roubando. [...] O que eu vi ontem tá longe de ser evolução. O rap precisa de gente de caráter, não de malandrão.
Episódios como esse ilustram o papel de liderança que Mano Brown exerce entre seu público.
Mano Brown e Ice Blue conhecem Edi Rock [Edivaldo Pereira Alves, (1970)] e KL Jay [Kleber Geraldo Lelis Simões (1969)] no fim dos anos 1980 e os quatro se juntam para formar os Racionais MC’s. A coletânea Consciência Black lança as primeiras músicas do grupo: “Pânico na Zona Sul” (de Mano Brown) e “Tempos Difíceis” (de Edi Rock). O grupo grava cinco discos: Holocausto Urbano (1990), Escolha Seu Caminho (1993), Raio X Brasil (1994), Sobrevivendo no Inferno (1997) e Nada Como Um Dia Após o Outro Dia (2002).
Mano Brown destaca-se como principal compositor e autor dos clássicos que marcam cada fase dos Racionais: “Pânico na Zona Sul”, “Fim de Semana no Parque” , “Capítulo 4, Versículo 3”, “Fórmula Mágica da Paz”, “Diário de um Detento”, em parceria com Jocenir Prado (1950), “Vida Loka”, “Eu Sou 157”, “Jesus Chorou” e, em parceria com Edi Rock, “Voz Ativa”, “Homem na Estrada”, “Negro Drama”.
Como produtor, participa dos discos Provérbios 13, do grupo 509-E, lançado em 2000, e Supernova Samba Funk, da Banda Black Rio, lançado em 2011.
Sem lançar disco com os Racionais desde 2002, Brown cria o coletivo Big Ben Bang Johnson, em 2009, com outros artistas de rap, como Ice Blue, Helião, Sandrão e DJ Cia (integrantes do grupo RZO), Dom Pixote e Du Bronx (integrantes do grupo Rosana Bronx). O grupo não tem formação nem repertório fixos e apresenta-se regularmente na noite paulistana.
Em 2010, Brown participa da gravação de uma versão da música “Umbabarauma”, de Jorge Ben Jor (1942), em uma ação promocional de material esportivo para a Copa do Mundo daquele ano. Dois anos depois, compõe “Mil Faces de um Homem Leal” (Marighella), para um documentário sobre o guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969), do diretor Silvio Tendler (1950).
Análise
Mano Brown é um dos artistas mais importantes do rap brasileiro, o que estabelece um estilo dentro do gênero. Suas letras registram a linguagem do jovem morador da periferia paulistana, no uso das gírias e vocabulário. É seguido por uma legião de fãs, que reconhecem nele uma voz que os representa na sociedade.
Suas letras retratam situações cotidianas da periferia paulistana e, muitas vezes, ele se coloca no papel dos personagens marginalizados nas músicas que canta. “Homem na Estrada” retrata a dificuldade de um ex-presidiário em retomar uma vida social digna. “Diário de Um Detento”, por sua vez, narra, em primeira pessoa, os acontecimentos referentes ao massacre do Carandiru, que resulta na morte de 111 presos, sob a ótica de um detento (Jocenir Prado, coautor da música). “Tô Ouvindo Alguém me Chamar” traz os conflitos morais de um traficante de drogas e “Artigo 157” é o relato do dia a dia de um assaltante.
A escrita detalhada, a presença de um narrador e a sequência cronológica fazem com que alguns de seus raps sejam comparados com as narrativas jornalística e cinematográfica. A fluência com que canta é reconhecida graças ao ritmo e harmonia, com divisões próprias e timbre de voz potente.
Seu estilo de compor, inicialmente, apresenta uma mensagem direta, com poucos versos, como o rap “Pânico na Zona Sul”, e influências do discurso do líder negro norte-americano Malcolm X (1925-1965), citado na letra de “Voz Ativa”:
Precisamos de um líder de crédito popular
Como Malcolm X em outros tempos foi na América
Que seja negro até os ossos, um dos nossos
E reconstrua nosso orgulho que foi feito em destroços.
A partir do disco Raio X Brasil, escreve letras mais longas e propõe que o ouvinte tire suas próprias conclusões sobre o significado delas. No disco Sobrevivendo no Inferno, em músicas como “Diário de um Detento” e “Tô Ouvindo Alguém me Chamar”, Brown narra experiências em primeira pessoa com letras ainda maiores. Em “Nada Como um Dia Após o Outro Dia”, o rapper segue fiel ao método detalhista, mas traz reflexões novas sobre o sucesso artístico e a aparência.
Depois do lançamento de Sobrevivendo no Inferno, Mano Brown reconhece essa diferença no processo criativo, em entrevista para a revista Caros Amigos. Afirma rejeitar músicas como “Pânico na Zona Sul” e “Voz Ativa” que, segundo ele, são “confusas”, compostas com receio do uso de gírias e palavrões que o distanciam do público.
O discurso e a postura do rapper mudam com o tempo. Nos primeiros anos de carreira, ele defende a atitude radical dos Racionais MC’s de fazer shows apenas para o público pobre e não conceder entrevistas à grande mídia. A partir dos anos 2000, ele abre exceções a veículos como a revista Rolling Stone Brasil (2009 e 2013), Jornal da Tarde (2006) e programas da TV Cultura, como Ensaio (2003) e Roda Viva (2007). Neste mesmo período, tornam-se mais comuns as apresentações do grupo em clubes de classe média e alta, pelo dinheiro pago nestas ocasiões. A gravação de “Umbabarauma”, promovida por uma grande marca de material esportivo, é justificada pelo cachê pago, além da oportunidade de gravar em parceria com seu ídolo, Jorge Ben Jor (1942).
A influência de Jorge Ben Jor é a mais marcante na obra de Mano Brown e reflete-se em sua vida pessoal. O nome de seus filhos são homenagem ao ídolo: Kaire Jorge e Domênica (Ben Jor tem uma música chamada “Domenica Domingava Num Domingo Linda Tôda de Branco”, gravada no disco Força Bruta, de 1970). Além disso, Ben Jor é citado na obra dos Racionais em outros momentos: versos dele são sampleados (extraídos e reeditados) no refrão de “Fim de Semana no Parque”; a música “Jorge da Capadócia” é regravada pelo grupo no disco Sobrevivendo no Inferno; e Ben Jor participa do primeiro DVD do grupo, Mil Tretas, Mil Trutas. No programa Ensaio, da TV Cultura, Brown cita também Benito di Paula (1941), Agepê (1942-1995), Roberto Ribeiro (1940-1996), Luiz Ayrão (1942) e Fundo de Quintal como referências. O grupo de rap norte-americano Public Enemy e o artista jamaicano Bob Marley (1945-1981) também são inspirações. Brown refere-se ao músico de reggae como “filho de pai branco e mãe negra, como eu. Era um cara que ficou rico morando dentro de uma favela”, em entrevista a Caros Amigos, em 1998.
As duas participações dos Racionais MC’s na Virada Cultural são marcadas por discursos de Mano Brown. Em 2007, antes do confronto entre público e polícia, ele tenta apaziguar os ânimos dos fãs. Dirige-se a um policial que, supostamente, abusa da violência durante o tumulto. Depois de seis anos afastado do evento, o grupo volta em 2013 em apresentação sem ocorrências policiais. Brown, no entanto, aproveita a ocasião para opinar sobre cenas que ele presencia na madrugada anterior:
Estive ontem de noite aqui, sou da rua, vi muita covardia no centro. Todo mundo fala da polícia, do sistema, mas eu vi vários malucos roubando. [...] O que eu vi ontem tá longe de ser evolução. O rap precisa de gente de caráter, não de malandrão.
Episódios como esse ilustram o papel de liderança que Mano Brown exerce entre seu público.
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
Juçara Marçal
Juçara Marçal, dona de uma das vozes mais exuberantes do país, possui mais de vinte anos de carreira iniciada com o grupo vocal Vésper, com quem lançou quatro discos, Flor D’Elis (1998), Noel Adoniran -180 Anos de Samba (2002), Ser Tão Paulista (2004) e Vésper na Lida (2013). Com o grupo A BARCA, Juçara lançou dois discos, Turista Aprendiz (2000) e Baião de Princesas (2002), além de participar do importante trabalho de pesquisa do grupo realizado em nove estados brasileiros entre 2004 e 2005 e que resultou no registro em áudio e vídeo de mais de trinta mestres de cultura tradicional, presentes nas caixas Trilha, Toada e Trupé e Coleção Turista Aprendiz. Ao lado de Kiko Dinucci, iniciou uma parceria que há alguns anos investiga e desenvolve um trabalho a partir das tradições afro-brasileiras. Dessa parceria já foram lançados Padê (2007) e os dois discos com o grupo Metá Metá (que além de Juçara e Kiko tem em sua formação o saxofonista Thiago França), são eles, Metá Metá (2011) e Metal Metal (2012). Em 2014 Juçara Marçal lançou seu primeiro trabalho solo com o título Encarnado.
Edi Rock
Edivaldo Pereira Alves (São Paulo, 20 de setembro de 1970), mais conhecido pelo seu nome artístico Edi Rock, é um cantor e compositor paulista brasileiro.
Figura sem dúvida entre os mais importantes poetas do país, além do reconhecimento notório no Hip-Hop.
Junto com os demais membros da família Racionais, representa o que existe de mais importante na música black, sendo a história viva do rap nacional.
Escreveu algumas das maiores pérolas líricas do Rap, que narram além de fatos do cotidiano de muitas pessoas, histórias e lições de vida que tocam as pessoas que escutam. Essa, aliás, é uma particularidade sobre seu trabalho, que chegou até a narrar um acidente automobilístico em uma música, descrevendo uma fatalidade sem deixar de tornar a história triste em um aprendizado importante para seus fãs.
A desigualdade social também é alvo de suas denúncias ácidas e verdadeiras, retratando universos distintos e seus problemas sob perspectivas imparciais.
Começou sua carreira em 1984, quando fazia bailes em residências ao lado de seu companheiro DJ KL Jay e, em 1987 conhece por meio de bailes negros como Chic Show, Zimbabwe, Black Mad e Kaskatas, entre outros, da musica "Rap americana". Frequentando a São Bento do metrô conheceu o movimento "Hip-Hop", lugar de fundação da cultura e local onde frequentava, criou seu nome artísco junto com o seu amigo DJ KL jay se inspirando em rappers americanos da época como Eazy Rock, Run Dmc, LL.Cool J.,Beastie Boys e outros e logo em seguida rappers nacionais da época como Thaíde e DJ Hum, Black Juniors, Pepeu, Naldinho, Irmãos Metralha, DJ Cuca, MC Jack e DJ Ninja entre outros. Desde o início já mostrava indicações do caminho que escolheria para suas composições e produções. Em 1988 na periferia da cidade de São Paulo, ao lado do próprio KL Jay, Mano Brown e Ice Blue fundam o grupo de rap Racionais MC's, onde continua até os dias de hoje.
É convidado com frequência a palestras e debates, envolvendo os temas de suas músicas e letras inspiradas em suas experiências de vida, cotidiano e amizades. Uma frase conhecida de suas autorias "A alma guarda o que a mente tenta esquecer" é tatuada pelos fãs em sinal de admiração. Natural da Zona Norte de São Paulo bairro Jaçanã, 42 anos, tem a autoria de Edi as canções "Mágico de Oz", "Rapaz Comum", A Vida é um Desafio, Negro Drama entre outras em parceria com Mano Brown, Ice Blue e KL Jay. Gravou o seu primeiro cd solo em 1999, apresentando para os fãs revelações como SNJ no hit "Só o Pó".
Gravou e produziu mais um hit de sucesso nos bailes e rádios do gênero com DMN na faixa H. Aço concorrendo como a melhor musica e clipe pela MTV VMB, fez uma parceria com a banda inglesa Asian Dub Foundation na faixa 19 Rebellions, sobre as rebeliões orquestradas pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) 2001 e seu exemplo como ação organizada contra o Estado e o Status Quo.
"That's my Way" faixa de trabalho do seu cd solo Contra Nós Ninguém Será, com participação especial de Seu Jorge, foi eleita pela Revista Rolling Stones Brasil como a 14* melhor música do ano, concorreu a melhor video clipe MTV VMB onde perdeu para "Marighella", do próprio Racionais MC's.
Seu CD solo “Contra Nós Ninguém Será”, lançado pela Bagua Records, contém 23 faixas e múltiplas parcerias de peso, como Marcelo Falcão dO Rappa e Alexandre Carlo do Natiruts em mais um hit intitulado "Abrem-se os Caminhos".
Figura sem dúvida entre os mais importantes poetas do país, além do reconhecimento notório no Hip-Hop.
Junto com os demais membros da família Racionais, representa o que existe de mais importante na música black, sendo a história viva do rap nacional.
Escreveu algumas das maiores pérolas líricas do Rap, que narram além de fatos do cotidiano de muitas pessoas, histórias e lições de vida que tocam as pessoas que escutam. Essa, aliás, é uma particularidade sobre seu trabalho, que chegou até a narrar um acidente automobilístico em uma música, descrevendo uma fatalidade sem deixar de tornar a história triste em um aprendizado importante para seus fãs.
A desigualdade social também é alvo de suas denúncias ácidas e verdadeiras, retratando universos distintos e seus problemas sob perspectivas imparciais.
Começou sua carreira em 1984, quando fazia bailes em residências ao lado de seu companheiro DJ KL Jay e, em 1987 conhece por meio de bailes negros como Chic Show, Zimbabwe, Black Mad e Kaskatas, entre outros, da musica "Rap americana". Frequentando a São Bento do metrô conheceu o movimento "Hip-Hop", lugar de fundação da cultura e local onde frequentava, criou seu nome artísco junto com o seu amigo DJ KL jay se inspirando em rappers americanos da época como Eazy Rock, Run Dmc, LL.Cool J.,Beastie Boys e outros e logo em seguida rappers nacionais da época como Thaíde e DJ Hum, Black Juniors, Pepeu, Naldinho, Irmãos Metralha, DJ Cuca, MC Jack e DJ Ninja entre outros. Desde o início já mostrava indicações do caminho que escolheria para suas composições e produções. Em 1988 na periferia da cidade de São Paulo, ao lado do próprio KL Jay, Mano Brown e Ice Blue fundam o grupo de rap Racionais MC's, onde continua até os dias de hoje.
É convidado com frequência a palestras e debates, envolvendo os temas de suas músicas e letras inspiradas em suas experiências de vida, cotidiano e amizades. Uma frase conhecida de suas autorias "A alma guarda o que a mente tenta esquecer" é tatuada pelos fãs em sinal de admiração. Natural da Zona Norte de São Paulo bairro Jaçanã, 42 anos, tem a autoria de Edi as canções "Mágico de Oz", "Rapaz Comum", A Vida é um Desafio, Negro Drama entre outras em parceria com Mano Brown, Ice Blue e KL Jay. Gravou o seu primeiro cd solo em 1999, apresentando para os fãs revelações como SNJ no hit "Só o Pó".
Gravou e produziu mais um hit de sucesso nos bailes e rádios do gênero com DMN na faixa H. Aço concorrendo como a melhor musica e clipe pela MTV VMB, fez uma parceria com a banda inglesa Asian Dub Foundation na faixa 19 Rebellions, sobre as rebeliões orquestradas pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) 2001 e seu exemplo como ação organizada contra o Estado e o Status Quo.
"That's my Way" faixa de trabalho do seu cd solo Contra Nós Ninguém Será, com participação especial de Seu Jorge, foi eleita pela Revista Rolling Stones Brasil como a 14* melhor música do ano, concorreu a melhor video clipe MTV VMB onde perdeu para "Marighella", do próprio Racionais MC's.
Seu CD solo “Contra Nós Ninguém Será”, lançado pela Bagua Records, contém 23 faixas e múltiplas parcerias de peso, como Marcelo Falcão dO Rappa e Alexandre Carlo do Natiruts em mais um hit intitulado "Abrem-se os Caminhos".
quarta-feira, 25 de outubro de 2017
Raul de Souza
"A música é o real alimento da alma".
A aversão do Raul a biografias suas que começam com o clichê "nasceu-em-Campo-Grande-cresceu-em-Bangu" lembra a bronca do arquirrebelde da nossa época, Holden Caulfield, em O Apanhador no campo de centeio: "Se querem realmente saber a respeito, a primeira coisa que provavelmente vão querer saber é onde nasci, e como foi a desgraçada da minha infância, o que meus pais faziam antes de me terem, e toda aquela baboseira tipo David Copperfield, mas não estou afim disso, se querem saber a verdade." Raul é da geração dos Caufields, os rebeldes-sem-causa que adolesceram no pós-guerra e logo viram — ele com seus olhos de sábio chinês — que o mundo estava cada vez mais errado. E que providência tomou? Não saiu por aí fazendo discursos nem política, apenas botou a boca no trombone. O trombone — que surgiu na Europa lá pelos 1400s com o nome de sacabucha — é um instrumento rouco e grave, como a voz do Raul. Se o trombone não existisse, Raul o teria inventado. Aliás, inventou um trombone, que leva o seu nome: o Souzabone, com quatro válvulas, um aperfeiçoamento do trombone de três válvulas que tocou na primeira década de carreira, antes de adotar o trombone de vara. Sempre com uma ideia na cabeça: "A música é o real alimento da alma."
O Raulzinho dos primeiros anos foi um Holden Caufield. Para o Raul de Souza de hoje vou propor outro personagem: o Benjamin Button, criado por Scott Fitzgerald em 1921, e agora encarnado na tela por Brad Pitt. Este insólito Button nasce já com 75 anos — a idade atual do Raul — e vai ficando mais moço a cada ano, refazendo sua vida às avessas. Para evitar um perfil linear — a música do Raul é tudo menos linear — vamos caminhar então para o passado, até quando o nosso herói nasce, finalmente, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro, filho de um pastor evangélico, crescendo em Bangu, onde aprende bumbo, pandeiro, caixa e prato e, aos 16 anos, passa a tocar tuba na banda da fábrica de tecidos famosa. Surreal não é? Mas existe coisa mais surreal do que o Raulzinho que conheci há 50 anos em Curitiba, envergando a farda azul da Aeronáutica? Sempre com o trombone debaixo do braço, à procura de almas irmãs na noite fria, juntando-se à turma da Gazeta do Povo, ao contista Dalton Trevisan e ao futuro cineasta Sylvio Back, para quem Raul (com o pianista Guilherme Vergueiro, só trombone e piano) faria a trilha do filme Lost Zweig, em 2002. Querem coisa mais surreal do que o Raul singrando de pedalinho um lago do Passeio Público, trombone em punho, fazendo serenata para um búfalo aquático?
Tive a felicidade de presenciar o momento exato do rejuvenescimento de Raul em dezembro de 2008, na turnê Circular BR, em que tocou com o trio do gaitista Gabriel Grossi. Assisti à metade dos seis shows: o primeiro no Rio, o segundo em Curitiba (onde eu lançava o livro Improvisandosoluções, que dedica um capítulo a Raul), e o último em Niterói. Ele talvez tenha começado a rejuvenescer uma semana antes, no Sarau da Pedra, na Urca, onde lançou seu CD Bossa eterna com o João Donato. Viajando um pouco no tempo, também poderia ter sido na turnê de lançamento do CD Jazzmim, com os musicos Jeff Sabagg ( teclados) , Glauco Solter ( baixo), Endrigo Bettega( bateria) e Mario Conde ( guitarra) . Quatro jovens de Curitiba que Raul conheceu no Chivas Jazz Festival de 2004 e adotou como filhos, fazendo questão que o acompanhassem até num festival na Ilha da Reunião, nas lonjuras do Oceano Índico. (Muito forte essa ligação de Raul com Curitiba, que o marcou nos seis anos (1958-63) que lá passou, casou e fez filhos e amigos.
Vamos zonear de vez a cronologia. Verão de 1964: morando em Londres, de férias no Rio, revejo Raul no Beco da Garrafas, com o sexteto de Sérgio Mendes, que o levaria pela primeira vez ao exterior. Tomou gosto pelas viagens ao exterior e, depois de gravar seu primeiro LP como solista, À vontade mesmo, voltou à Europa, onde tocou no Blue Note de Paris com o famoso baterista do bebop, Kenny Clarke. Em 1967, Raul está tão cotado que ingressa no RC-7, a banda que acompanha Roberto Carlos, e chega a aparecer no filme do "Rei", Em ritmo de aventura. Funda o grupo instrumental Impacto 8 e grava mais um disco. Parte para o México com o SamBrasil. Em 1973, faz uma turnê pelos Estados Unidos com Airto Moreira e Flora Purim. Nesse ano, Airto produz Colors, o primeiro álbum americano de Raul, pelo selo de jazz Milestone, arranjado pelo mestre trombonista J.J. Johnson, com as participações do saxofonista Cannonball Adderley e do baterista Jack DeJohnette. A partir daí é a consagração e o reconhecimento da sua arte, com o lançamento de três albuns que fazem o seu nome na América (Sweet Lucy, 1977; Don't Ask MyNeighbours, 1978; Till Tomorrow Comes, 1978), na intimidade com gigantes do jazz como Sonny Rollins, George Duke, Sarah Vaughan, Cal Tjader, Freddie Hubbard, Hubert Laws e um de seus trombonistas favoritos da juventude, Frank Rosolino. (Raul se apresentaria em dueto com ele no Festival de Jazz de São Paulo de 1978, pouco antes da trágica morte de Rosolino.)
A consagração maior nos anos 1970 é a inserção do seu nome em The Encyclopedia of Jazzin the Seventies, dos críticos Leonard Feather e Ira Gitler, com direito a foto ostentando uma cabeleira afro, e ao verbete de 21 linhas, DE SOUZA, JOÃO JOSÉ PEREIRA (RAUL), com a data de nascimento correta, 23/8/1934. João José? O nome artístico foi dado por Ary Barroso, em cujos programas de calouros ele brilhava: "João José não é nome de trombonista. Já temos o Raulzão (Raul de Barros). Você vai ser o Raulzinho."
O coração sempre falou mais alto na vida do Raul. Em 1980, veio ao Brasil com uma banda de all stars para o Festival Rio-Monterey no Maracanãzinho e, uma vez mais, sentiu o calor do reconhecimento de seus conterrâneos. Divorciado da mulher americana em 1986, voltou ao Brasil. Um álbum mediano de 1993, The OtherSide of the Moon (em que toca saxofones alto e tenor e dá até uma de crooner cantando Abraço vazio) é plenamente compensado pelo jazzístico Rio, de 1998, em que reedita, com o trombonista Conrad Herwig, os fabulosos duetos do duo J.J.&K (J.J. Johnson e Kai Winding) nos anos 1950.
O fim do século e do milênio propiciam outra mudança de coração. O encontro com Yolaine leva Raul para Paris, onde forma uma banda familiar, fazendo mais ou menos o que Miles Davis tentou em sua fase final: um jazz mais descontraído numa atmosfera pós-fusão, ou neo-fusão. Nesta viagem em ziguezague pelo tempo — como nos filmes da série De volta para o futuro — não podemos deixar de visitar o fascinante Elixir, de 2004, em que Raul faz na última faixa, Terra, uma declaração de amor ao Brasil, "terra de samba e pandeiro", antes de embarcar num dionisíaco solo de trombone de seis minutos que é uma autêntica síntese de sua arte — bela, apaixonada e complexa. Impossível rotular sua música. Samba? Choro? Jazz? Talvez um samba mitológico, dentro da sua cabeça (como aquele dentro da cabeça de João Gilberto), uma espécie de jazzfieira, ele que gravou pela primeira vez com Altamiro Carrilho e a Turma da Gafieira. Ou, atando as duas pontas da sua carreira fonográfica, e incorporando o verdadeiro achado que é o título de seu último CD — e da sua composição que abre o disco — a Bossa Eterna de Raul de Souza.
A aversão do Raul a biografias suas que começam com o clichê "nasceu-em-Campo-Grande-cresceu-em-Bangu" lembra a bronca do arquirrebelde da nossa época, Holden Caulfield, em O Apanhador no campo de centeio: "Se querem realmente saber a respeito, a primeira coisa que provavelmente vão querer saber é onde nasci, e como foi a desgraçada da minha infância, o que meus pais faziam antes de me terem, e toda aquela baboseira tipo David Copperfield, mas não estou afim disso, se querem saber a verdade." Raul é da geração dos Caufields, os rebeldes-sem-causa que adolesceram no pós-guerra e logo viram — ele com seus olhos de sábio chinês — que o mundo estava cada vez mais errado. E que providência tomou? Não saiu por aí fazendo discursos nem política, apenas botou a boca no trombone. O trombone — que surgiu na Europa lá pelos 1400s com o nome de sacabucha — é um instrumento rouco e grave, como a voz do Raul. Se o trombone não existisse, Raul o teria inventado. Aliás, inventou um trombone, que leva o seu nome: o Souzabone, com quatro válvulas, um aperfeiçoamento do trombone de três válvulas que tocou na primeira década de carreira, antes de adotar o trombone de vara. Sempre com uma ideia na cabeça: "A música é o real alimento da alma."
O Raulzinho dos primeiros anos foi um Holden Caufield. Para o Raul de Souza de hoje vou propor outro personagem: o Benjamin Button, criado por Scott Fitzgerald em 1921, e agora encarnado na tela por Brad Pitt. Este insólito Button nasce já com 75 anos — a idade atual do Raul — e vai ficando mais moço a cada ano, refazendo sua vida às avessas. Para evitar um perfil linear — a música do Raul é tudo menos linear — vamos caminhar então para o passado, até quando o nosso herói nasce, finalmente, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro, filho de um pastor evangélico, crescendo em Bangu, onde aprende bumbo, pandeiro, caixa e prato e, aos 16 anos, passa a tocar tuba na banda da fábrica de tecidos famosa. Surreal não é? Mas existe coisa mais surreal do que o Raulzinho que conheci há 50 anos em Curitiba, envergando a farda azul da Aeronáutica? Sempre com o trombone debaixo do braço, à procura de almas irmãs na noite fria, juntando-se à turma da Gazeta do Povo, ao contista Dalton Trevisan e ao futuro cineasta Sylvio Back, para quem Raul (com o pianista Guilherme Vergueiro, só trombone e piano) faria a trilha do filme Lost Zweig, em 2002. Querem coisa mais surreal do que o Raul singrando de pedalinho um lago do Passeio Público, trombone em punho, fazendo serenata para um búfalo aquático?
Tive a felicidade de presenciar o momento exato do rejuvenescimento de Raul em dezembro de 2008, na turnê Circular BR, em que tocou com o trio do gaitista Gabriel Grossi. Assisti à metade dos seis shows: o primeiro no Rio, o segundo em Curitiba (onde eu lançava o livro Improvisandosoluções, que dedica um capítulo a Raul), e o último em Niterói. Ele talvez tenha começado a rejuvenescer uma semana antes, no Sarau da Pedra, na Urca, onde lançou seu CD Bossa eterna com o João Donato. Viajando um pouco no tempo, também poderia ter sido na turnê de lançamento do CD Jazzmim, com os musicos Jeff Sabagg ( teclados) , Glauco Solter ( baixo), Endrigo Bettega( bateria) e Mario Conde ( guitarra) . Quatro jovens de Curitiba que Raul conheceu no Chivas Jazz Festival de 2004 e adotou como filhos, fazendo questão que o acompanhassem até num festival na Ilha da Reunião, nas lonjuras do Oceano Índico. (Muito forte essa ligação de Raul com Curitiba, que o marcou nos seis anos (1958-63) que lá passou, casou e fez filhos e amigos.
Vamos zonear de vez a cronologia. Verão de 1964: morando em Londres, de férias no Rio, revejo Raul no Beco da Garrafas, com o sexteto de Sérgio Mendes, que o levaria pela primeira vez ao exterior. Tomou gosto pelas viagens ao exterior e, depois de gravar seu primeiro LP como solista, À vontade mesmo, voltou à Europa, onde tocou no Blue Note de Paris com o famoso baterista do bebop, Kenny Clarke. Em 1967, Raul está tão cotado que ingressa no RC-7, a banda que acompanha Roberto Carlos, e chega a aparecer no filme do "Rei", Em ritmo de aventura. Funda o grupo instrumental Impacto 8 e grava mais um disco. Parte para o México com o SamBrasil. Em 1973, faz uma turnê pelos Estados Unidos com Airto Moreira e Flora Purim. Nesse ano, Airto produz Colors, o primeiro álbum americano de Raul, pelo selo de jazz Milestone, arranjado pelo mestre trombonista J.J. Johnson, com as participações do saxofonista Cannonball Adderley e do baterista Jack DeJohnette. A partir daí é a consagração e o reconhecimento da sua arte, com o lançamento de três albuns que fazem o seu nome na América (Sweet Lucy, 1977; Don't Ask MyNeighbours, 1978; Till Tomorrow Comes, 1978), na intimidade com gigantes do jazz como Sonny Rollins, George Duke, Sarah Vaughan, Cal Tjader, Freddie Hubbard, Hubert Laws e um de seus trombonistas favoritos da juventude, Frank Rosolino. (Raul se apresentaria em dueto com ele no Festival de Jazz de São Paulo de 1978, pouco antes da trágica morte de Rosolino.)
A consagração maior nos anos 1970 é a inserção do seu nome em The Encyclopedia of Jazzin the Seventies, dos críticos Leonard Feather e Ira Gitler, com direito a foto ostentando uma cabeleira afro, e ao verbete de 21 linhas, DE SOUZA, JOÃO JOSÉ PEREIRA (RAUL), com a data de nascimento correta, 23/8/1934. João José? O nome artístico foi dado por Ary Barroso, em cujos programas de calouros ele brilhava: "João José não é nome de trombonista. Já temos o Raulzão (Raul de Barros). Você vai ser o Raulzinho."
O coração sempre falou mais alto na vida do Raul. Em 1980, veio ao Brasil com uma banda de all stars para o Festival Rio-Monterey no Maracanãzinho e, uma vez mais, sentiu o calor do reconhecimento de seus conterrâneos. Divorciado da mulher americana em 1986, voltou ao Brasil. Um álbum mediano de 1993, The OtherSide of the Moon (em que toca saxofones alto e tenor e dá até uma de crooner cantando Abraço vazio) é plenamente compensado pelo jazzístico Rio, de 1998, em que reedita, com o trombonista Conrad Herwig, os fabulosos duetos do duo J.J.&K (J.J. Johnson e Kai Winding) nos anos 1950.
O fim do século e do milênio propiciam outra mudança de coração. O encontro com Yolaine leva Raul para Paris, onde forma uma banda familiar, fazendo mais ou menos o que Miles Davis tentou em sua fase final: um jazz mais descontraído numa atmosfera pós-fusão, ou neo-fusão. Nesta viagem em ziguezague pelo tempo — como nos filmes da série De volta para o futuro — não podemos deixar de visitar o fascinante Elixir, de 2004, em que Raul faz na última faixa, Terra, uma declaração de amor ao Brasil, "terra de samba e pandeiro", antes de embarcar num dionisíaco solo de trombone de seis minutos que é uma autêntica síntese de sua arte — bela, apaixonada e complexa. Impossível rotular sua música. Samba? Choro? Jazz? Talvez um samba mitológico, dentro da sua cabeça (como aquele dentro da cabeça de João Gilberto), uma espécie de jazzfieira, ele que gravou pela primeira vez com Altamiro Carrilho e a Turma da Gafieira. Ou, atando as duas pontas da sua carreira fonográfica, e incorporando o verdadeiro achado que é o título de seu último CD — e da sua composição que abre o disco — a Bossa Eterna de Raul de Souza.
terça-feira, 24 de outubro de 2017
Erlon Chaves
Erlon Chaves (São Paulo, 9 de dezembro de 1933 — 14 de novembro de 1974) foi um maestro, arranjador, pianista e cantor brasileiro.Iniciou sua carreira de cantor apresentando-se em um programa infantil da rádio Difusora de São Paulo, cantando, quando era muito menino. Foi ator mirim no filme Quase no céu. Começou seus estudos de música no Conservatório Musical Carlos Gomes, se formando em piano no ano de 1950. Estudou canto e harmonia, sendo orientado pelos maestros Luís Arruda Paes, Renato de Oliveira e Rafael Pugliese.
Com a versão do calipso Matilda de Harry Belafonte, fez sucesso no final dos anos 1950.
Trabalhou na TV Excelsior - canal 9, de São Paulo. Em 1965, foi para o Rio de Janeiro, indo para a TV Tupi - Canal 6 e a TV Rio - canal 13. Foi diretor musical da TV Rio, sendo um dos responsáveis e autor do Hino do Fic, música de abertura do Festival Internacional da Canção, em 1966. Em 1968 acompanhou a cantora Elis Regina, que iria se apresentar no Olympia, de Paris.
Em 1970, durante o V Fic, transmitido pela TV Globo, regeu um coral de quarenta vozes, que mais tarde passou a chamar-se Banda Veneno, que acompanhou Jorge Ben ou Jorge Ben Jor. Cantou a canção Eu também quero mocotó, que estava fazendo sucesso; e foi acusado de assédio moral após uma cena em que é beijado por diversas loiras em apresentação na etapa internacional. Foi acusado pela ditadura militar brasileira. Neste festival estava presente o presidente da república, general Emílio Garrastazu Médici.
A imagem do povo brasileiro feliz seria veiculada para o mundo, em cores para a Europa e Estados Unidos da América. A ditadura militar brasileira não deixa dúvida, queria manter música e o espetáculo deste festival em prol da imagem que deveria ser painel para o mundo. Nesta época, Erlon Chaves estava namorando a então Miss Brasil de 1969, Vera Fischer.
Erlon Chaves faleceu de infarto fulminante quando discutia (dizem que defendia) com um grupo de forma emocionada a polêmica em torno dos acontecimentos com o Wilson Simonal, aos 40 anos.
Com a versão do calipso Matilda de Harry Belafonte, fez sucesso no final dos anos 1950.
Trabalhou na TV Excelsior - canal 9, de São Paulo. Em 1965, foi para o Rio de Janeiro, indo para a TV Tupi - Canal 6 e a TV Rio - canal 13. Foi diretor musical da TV Rio, sendo um dos responsáveis e autor do Hino do Fic, música de abertura do Festival Internacional da Canção, em 1966. Em 1968 acompanhou a cantora Elis Regina, que iria se apresentar no Olympia, de Paris.
Em 1970, durante o V Fic, transmitido pela TV Globo, regeu um coral de quarenta vozes, que mais tarde passou a chamar-se Banda Veneno, que acompanhou Jorge Ben ou Jorge Ben Jor. Cantou a canção Eu também quero mocotó, que estava fazendo sucesso; e foi acusado de assédio moral após uma cena em que é beijado por diversas loiras em apresentação na etapa internacional. Foi acusado pela ditadura militar brasileira. Neste festival estava presente o presidente da república, general Emílio Garrastazu Médici.
A imagem do povo brasileiro feliz seria veiculada para o mundo, em cores para a Europa e Estados Unidos da América. A ditadura militar brasileira não deixa dúvida, queria manter música e o espetáculo deste festival em prol da imagem que deveria ser painel para o mundo. Nesta época, Erlon Chaves estava namorando a então Miss Brasil de 1969, Vera Fischer.
Erlon Chaves faleceu de infarto fulminante quando discutia (dizem que defendia) com um grupo de forma emocionada a polêmica em torno dos acontecimentos com o Wilson Simonal, aos 40 anos.
Trio Mocotó
O conjunto instrumental Trio Mocotó foi formado em São Paulo/SP por Fritz Escovão (Luís Carlos de Sousa, Rio de Janeiro/RJ 1943), Nereu Gargalho (Nereu de São José, Rio de Janeiro 194) e Joãozinho Paraíba (João Carlos Fagundes Gomes, São Paulo 1951).
Fritz Escovão tocava cuíca desde menino e participara de regionais e escolas de samba; Nereu Gargalho começou a tocar pandeiro aos cinco anos foi componente do G.R.E S Império Serrano; Joãozinho Paraíba chegou a bateria através do Jazz, embora também integre o Império Serrano, no Rio de Janeiro.
O trio organizou-se quando os sambistas se conheceram na boate Jogral, acompanhando outros artistas.Contudo, a carreira começou mesmo ao lado de Jorge Ben, com o grande sucesso da apresentação de Charles Anjo 45, no IV FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro, em 1969.
O trio gravou, então, um compacto com a música Coqueiro verde (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), partindo logo depois para Cannes, França, onde acompanhou Jorge Ben em sua apresentação no MIDEM. Seguiu para a Itália e em 1972 excursionou pelo Japão com grande sucesso.
De volta ao Brasil, acompanhou Vinícius de Moraes, Toquinho e Marília Medalha no circuito universitário por estes organizado, e depois seguiu para o México, onde fez temporada de dois meses. O conjunto gravou, em 1973, um LP na RGE que incluía Maior é Deus (Felisberto Martins e Fernando Martins) e Desapareça (Fritz Escovão), realizando a partir de então numerosas apresentações em shows de boate ou com o cantor Jorge Ben.
Fritz Escovão tocava cuíca desde menino e participara de regionais e escolas de samba; Nereu Gargalho começou a tocar pandeiro aos cinco anos foi componente do G.R.E S Império Serrano; Joãozinho Paraíba chegou a bateria através do Jazz, embora também integre o Império Serrano, no Rio de Janeiro.
O trio organizou-se quando os sambistas se conheceram na boate Jogral, acompanhando outros artistas.Contudo, a carreira começou mesmo ao lado de Jorge Ben, com o grande sucesso da apresentação de Charles Anjo 45, no IV FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro, em 1969.
O trio gravou, então, um compacto com a música Coqueiro verde (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), partindo logo depois para Cannes, França, onde acompanhou Jorge Ben em sua apresentação no MIDEM. Seguiu para a Itália e em 1972 excursionou pelo Japão com grande sucesso.
De volta ao Brasil, acompanhou Vinícius de Moraes, Toquinho e Marília Medalha no circuito universitário por estes organizado, e depois seguiu para o México, onde fez temporada de dois meses. O conjunto gravou, em 1973, um LP na RGE que incluía Maior é Deus (Felisberto Martins e Fernando Martins) e Desapareça (Fritz Escovão), realizando a partir de então numerosas apresentações em shows de boate ou com o cantor Jorge Ben.
sábado, 21 de outubro de 2017
Marcia Maria - LP 1978
Este álbum de 1978 de Marcia Maria já encontra o núcleo da equipe de Lincoln para a maioria das faixas desta mistura já existente. Nós temos o primeiro-companheiro Robson Jorge tocando piano e guitarras e a estrela trompetista Marcio Montarroyos. Marcio é freqüentemente apresentado nas produções de Lincoln e é ouvido durante todo este mix. Ele continuou a gravar alguns álbuns de jazz nos EUA na CBS e uma faixa com arranjos da Lincoln quase fez essa mistura. De volta a Marcia, ela é mais conhecida como cantora de samba, e muito deste disco estelar é um samba mais tradicional, mas, como essa música escrita pelo jovem sambista Leci Brandão, dança habilmente entre funk e samba com estilo e swing. Lincoln fez alguma produção já em 1976, mas para meus ouvidos, é realmente em torno de 1978 que ele retém completamente a produção e começa a criar sua tomada única e moderna na música popular brasileira.
Faixas/Tracks:
1-Tambourine (Robson Jorge, Ronaldo)-00:00
2-Gandaia (Luis Vagner, Wando)-03:34
3-Sorriso Falso (Lincoln Olivetti, Ronaldo)-05:53
4-O Jeito É Não Vacilar (Carlos Dafé, Laércio Freitas)-09:18
5-Rasgando O Pano (Beto Scala, São Beto)-11:20
6-Pra Comigo Fazer (Djavan)-13:56
7-Amigo Branco (Leci Brandão)-17:11
8-Quero De Volta O Meu Pandeiro (Ivan Lins, Ronaldo Monteiro De Souza)-20:38
9-Pensar (Martinho Da Vila)-24:37
10-De Pé, De Mão Ou De Bico (Paulinho Camafeu)-28:20
11-Uma Vida Sem Amor (Dom Carlos)-31:21
12-Girandê (Aluisio, Edson)-34:14
Produtor/Producer – Carlos Lemos
Arranjos de/Arranged By – Lincoln Olivetti
Músicos/Musicians:
Afoxé – Ariovaldo, Hermes (6)
Agogô – Ariovaldo, Hermes (6)
Alto Saxophone – Ricardo
Backing Vocals – Carlos Lemos, Jurema, Jussara, Robson Jorge, Ronaldo, Suzana
Baritone Saxophone – Aurino
Bass/Baixo – Paulo Cesar
Berimbau – Picole
Bongos – Ariovaldo, Hermes (6)
Clarinet/Clarinete – Netinho (2)
Clavinet/Clavinete – Lincoln Olivetti
Drums/Bateria – Renato Britto
Electric Piano/Piano Eletrico – Lincoln Olivetti
Flute/Flauta – Ricardo
Guitar/Guitarra – Robson Jorge
Keyboards/Teclados – Lincoln Olivetti
Maracas – Ariovaldo, Hermes (6)
Pandeiro – Ariovaldo, Hermes (6)
Piano – Robson Jorge
Soprano Saxophone – Netinho
Tamborim – Ariovaldo, Hermes (6)
Tenor Saxophone – Ze Bodega
Trombone – Ed Maciel
Trumpet/Trompete – Marcio Montarroys, Maurilio
Xis
Marcelo dos Santos, mais conhecido pelo codinome Xis (São Paulo, 24 de novembro de 1972), é um rapper brasileiro.
Oriundo de Itaquera (mais precisamente em Vila Formosa), bairro da zona leste da capital paulista, Xis deu início à sua carreira musical em 1992, ao criar o grupo de rap DMN. Na época, atendia pela alcunha de X Ato. Deu o primeiro passo para a carreira solo em 1997, quando gravou o compacto De Esquina, em parceria com o rapper Dentinho e produzido por DJ Hum. Permaneceu no DMN até 1999, quando decidiu finalmente seguir a carreira solo.
Em 2000, lançou seu primeiro CD: Seja Como For, inicialmente pela gravadora 4P (que significa "Poder Para o Povo Preto"), a qual Xis criou em parceria com KL Jay, do grupo Racionais MC's. Com o sucesso crescente da música Us Mano e As Mina, recebeu da gravadora Trama um contrato de distribuição do disco. Além do contrato, a música rendeu a Xis o prêmio de "Melhor Videoclipe de Rap" no Video Music Brasil daquele ano.
Em 2001, lançou seu segundo álbum, Fortificando a Desobediência, pela Warner Music.
Participou da segunda edição da Casa dos Artistas, em 2002. Porém, no 21º dia de confinamento, abandonou a casa, devido à entrada de novos participantes do programa. No mesmo ano, conquistou seu segundo troféu de "Melhor Videoclipe de Rap" no VMB.
Em 2008, foi contratado para apresentar o programa Combo Fala + Joga da PlayTV no lugar de Luciano Amaral. O programa também é exibido pelo canal Oi e é um sucesso.
Em 2005, Xis foi contratato pela Radio MixFm pra apresentar o programa Hip-Hop Mix no qual continua até hoje, tendo grande audiência.
Também em 2005, Xis era apresentador do programa Blog 21 da Rede 21 onde passava clipes e noticias do mundo da musica saiu quando a Rede foi vendida a Rede Bandeirantes de televisão.
Oriundo de Itaquera (mais precisamente em Vila Formosa), bairro da zona leste da capital paulista, Xis deu início à sua carreira musical em 1992, ao criar o grupo de rap DMN. Na época, atendia pela alcunha de X Ato. Deu o primeiro passo para a carreira solo em 1997, quando gravou o compacto De Esquina, em parceria com o rapper Dentinho e produzido por DJ Hum. Permaneceu no DMN até 1999, quando decidiu finalmente seguir a carreira solo.
Em 2000, lançou seu primeiro CD: Seja Como For, inicialmente pela gravadora 4P (que significa "Poder Para o Povo Preto"), a qual Xis criou em parceria com KL Jay, do grupo Racionais MC's. Com o sucesso crescente da música Us Mano e As Mina, recebeu da gravadora Trama um contrato de distribuição do disco. Além do contrato, a música rendeu a Xis o prêmio de "Melhor Videoclipe de Rap" no Video Music Brasil daquele ano.
Em 2001, lançou seu segundo álbum, Fortificando a Desobediência, pela Warner Music.
Participou da segunda edição da Casa dos Artistas, em 2002. Porém, no 21º dia de confinamento, abandonou a casa, devido à entrada de novos participantes do programa. No mesmo ano, conquistou seu segundo troféu de "Melhor Videoclipe de Rap" no VMB.
Em 2008, foi contratado para apresentar o programa Combo Fala + Joga da PlayTV no lugar de Luciano Amaral. O programa também é exibido pelo canal Oi e é um sucesso.
Em 2005, Xis foi contratato pela Radio MixFm pra apresentar o programa Hip-Hop Mix no qual continua até hoje, tendo grande audiência.
Também em 2005, Xis era apresentador do programa Blog 21 da Rede 21 onde passava clipes e noticias do mundo da musica saiu quando a Rede foi vendida a Rede Bandeirantes de televisão.
KL Jay
Kleber Geraldo Lelis Simões começou sua carreira em 1984, quando fazia bailes em residências na zona norte da cidade de São Paulo, ao lado de seu atual companheiro no grupo Racionais MCs, Edi Rock.
Anos depois, após ter visto um vídeo com a performance de um dos mais importantes nomes do cenário hip-hop, o DJ Cash Money, Kl Jay se identificou com a arte dos toca-discos.
Mas foi somente após ter presenciado os scratches do DJ EASY LEE, dj do rapper Kool Moe Dee, em um show no Clube House em Santo André (SP), é que teve a certeza: “Eu sou isso”. Juntamente com Edi Rock, Mano Brown e Ice Blue, fundou o Racionais MCs no fim dos anos 80.
Com o rapper Xis criou a gravadora que depois se tornou produtora de eventos e confecção, a 4P. Foi nessa gravadora que também lançou seu álbum solo “Na Batida volume 3 – Equilíbrio, a busca”, em 2002, que conta com a participação de vários artistas. Ao lado de Xis, Kl Jay produziu por 10 anos o mais importante campeonato de DJs do país – O HIP HOP DJ –, que revelou renomados nomes como Cia, King, Marco, Nuts,Tano, Hadji, Will, Ajamu, Erick jay, Rm entre outros.
Kl Jay é sócio da gravadora “Cosa Nostra”, juntamente com o Racionais MCs, e possui um selo individual, o Equilíbrio, que já lançou os álbuns dos grupos Sistema Negro, Cagebê e Relatos da Invasão.
Foi apresentador do YO! MTV RAPS; discotecou de 1994 a 1996 na badalada Soweto, casa noturna que marcou a cultura hip-hop em São Paulo; tocou no Clube da Cidade de Diadema/SP entre 1999 e 2002.
Em 2008 lançou mais um trabalho solo, a fita mixada “Rotação 33”.
Atualmente, se apresenta todas as quinta-feiras junto com os DJs Ajamu, Marco e Will, no Sintonia.
Prêmios: KL Jay é um dos Djs de rap mais premiados no país. Venceu no Prêmio Hutúz por seis vezes, em diferentes categorias. Em 2000 venceu como Personalidade do Ano. Em 2001 como Produtor Musical, em 2002 como Dj de Grupo e Produtor Musical e em 2009, Melhor DJ da Década, ao lado de Cia e Dj Hum e como Melhor Produtor Musical da Década, ao lado de DJ Raffa e Erick 12.
Anos depois, após ter visto um vídeo com a performance de um dos mais importantes nomes do cenário hip-hop, o DJ Cash Money, Kl Jay se identificou com a arte dos toca-discos.
Mas foi somente após ter presenciado os scratches do DJ EASY LEE, dj do rapper Kool Moe Dee, em um show no Clube House em Santo André (SP), é que teve a certeza: “Eu sou isso”. Juntamente com Edi Rock, Mano Brown e Ice Blue, fundou o Racionais MCs no fim dos anos 80.
Com o rapper Xis criou a gravadora que depois se tornou produtora de eventos e confecção, a 4P. Foi nessa gravadora que também lançou seu álbum solo “Na Batida volume 3 – Equilíbrio, a busca”, em 2002, que conta com a participação de vários artistas. Ao lado de Xis, Kl Jay produziu por 10 anos o mais importante campeonato de DJs do país – O HIP HOP DJ –, que revelou renomados nomes como Cia, King, Marco, Nuts,Tano, Hadji, Will, Ajamu, Erick jay, Rm entre outros.
Kl Jay é sócio da gravadora “Cosa Nostra”, juntamente com o Racionais MCs, e possui um selo individual, o Equilíbrio, que já lançou os álbuns dos grupos Sistema Negro, Cagebê e Relatos da Invasão.
Foi apresentador do YO! MTV RAPS; discotecou de 1994 a 1996 na badalada Soweto, casa noturna que marcou a cultura hip-hop em São Paulo; tocou no Clube da Cidade de Diadema/SP entre 1999 e 2002.
Em 2008 lançou mais um trabalho solo, a fita mixada “Rotação 33”.
Atualmente, se apresenta todas as quinta-feiras junto com os DJs Ajamu, Marco e Will, no Sintonia.
Prêmios: KL Jay é um dos Djs de rap mais premiados no país. Venceu no Prêmio Hutúz por seis vezes, em diferentes categorias. Em 2000 venceu como Personalidade do Ano. Em 2001 como Produtor Musical, em 2002 como Dj de Grupo e Produtor Musical e em 2009, Melhor DJ da Década, ao lado de Cia e Dj Hum e como Melhor Produtor Musical da Década, ao lado de DJ Raffa e Erick 12.
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
Fábio Stella
Juan Senon Rolón (Orqueta, Paraguai, 9 de fevereiro de 1946) mais conhecido simplesmente como Fábio, é um cantor paraguaio naturalizado brasileiro e radicado no Brasil.
Estourou nas paradas de sucesso com Stella, gravada em 1969. Com Tim Maia chegou a compor alguns sucessos, e ao longo da carreira gravou 23 discos, conquistando importantes prêmios.
Também é conhecido por gravar vinhetas para a Rádio Globo do Rio de Janeiro, em que diz, com eco, o nome da emissora, precedido de um assovio; e dos times cariocas de futebol. Todas essas vinhetas até hoje estão no ar.
Atualmente reside na cidade do Rio de Janeiro.
Na década de 1960, aos 16 anos de idade, convenceu a mãe a deixa-lo estudar em São Paulo, onde foi levado para fazer um teste para participar do programa "Alegria dos bairros", na Rádio Record, pelo cantor paraguaio Frankito. Aprovado no teste, passou a trabalhar no programa. Ainda atuando como "Juancito", em seguida passou a cantar na noite paulistana. Atuando na boate Cave, conheceu Tim Maia, de quem se tornou grande amigo, e que o apresentou à soul music.
Fábio Stella - cantor e compositor que agregou ao nome artístico o título de seu único grande sucesso - continua evocando a figura de seu amigo Tim Maia (1942 - 1998).
Após editar o livro Até Parece que Foi Sonho, em que narra suas aventuras com o Síndico, o bom cantor lança o CD Meu Jovem Amigo.
A faixa-título é um recado a Tim. Entre inusitado bolero, Inolvidable, o repertório inclui regravações de Risos (parceria de Fábio com Paulo Imperial, gravada por Tim Maia nos anos 70) e Preciso Urgentemente Falar com Cassiano, tema cujo título é um recado para o outro grande gênio temperamental da soul music nacional.
Nos anos 90 saiu uma coletânea pela PolyGram (hoje Universal) intitulada Velhos camaradas, com os grandes sucessos de Tim Maia, Cassiano e Hyldon, tidos como o tripé da música negra nacional.
Fábio, cantor que esteve junto dos três em vários momentos - e também gravou algumas coisas na PolyGram, nos anos 70 - não teve nenhuma música incluída no disco. Há motivos para isso: o sucesso não bateu muitas vezes na porta do cantor, que após se dar bem com a breguinha "Stella", no começo dos anos 70, passou um bom tempo desaparecido.
Lá por 1978, empresariado por Carlos Imperial, ele chegou a retornar como "o rei das discotecas" e até gravou, ironicamente, o hit que daria o nome para a tal coletânea da PolyGram, "Velho camarada", com participação justamente de Hyldon e Tim (na mesma época, o cantor de "Primavera" ainda daria uma força em outro hit de Fábio, "Até parece que foi sonho"). Mas de modo geral, não teve o mesmo alcance.
Durante sua carreira, Tim Maia teve uma relação bem próxima com Fábio - que diversas vezes entou em ação para resolver problemas, fazer vontades ou participar de shows de Tim (no curta-metragem Tim Maia, feito em 1984 por Flávio R. Tambellini, é possível ver Fábio carregando a maletinha com o uísque de Tim, num show no Cassino Bangu).
Agora, no curtinho livro Até parece que foi sonho - Meus trinta anos de amizade e trabalho com Tim Maia (Matrix Editora, preço médio de R$ 23,00), Fábio, com a ajuda do escritor baiano Achel Tinoco, conta histórias do cantor e fala sobre sua relação com ele. É um livro de memórias - ou seja: não há uma grande pesquisa jornalística e boa parte dos fatos podem ter sido distorcidos e perdidos com o tempo. Alguns momentos podem dar um nó na cabeça do leitor - graças a falta de datas importantes e à pouca precisão no acompanhamento do pula-pula de Tim entre gravadoras.
Mas a idéia, ao que parece, é narrar apenas a "experiência" de Fábio com o Tim Maia, e isso o cantor de "Stella" tem de sobra para mostrar. Para quem quiser mais apuração, a biografia de Tim feita por Nelson Motta, que está vindo por aí, já promete mostrar sua vida, detalhadamente.
Estourou nas paradas de sucesso com Stella, gravada em 1969. Com Tim Maia chegou a compor alguns sucessos, e ao longo da carreira gravou 23 discos, conquistando importantes prêmios.
Também é conhecido por gravar vinhetas para a Rádio Globo do Rio de Janeiro, em que diz, com eco, o nome da emissora, precedido de um assovio; e dos times cariocas de futebol. Todas essas vinhetas até hoje estão no ar.
Atualmente reside na cidade do Rio de Janeiro.
Na década de 1960, aos 16 anos de idade, convenceu a mãe a deixa-lo estudar em São Paulo, onde foi levado para fazer um teste para participar do programa "Alegria dos bairros", na Rádio Record, pelo cantor paraguaio Frankito. Aprovado no teste, passou a trabalhar no programa. Ainda atuando como "Juancito", em seguida passou a cantar na noite paulistana. Atuando na boate Cave, conheceu Tim Maia, de quem se tornou grande amigo, e que o apresentou à soul music.
Fábio Stella - cantor e compositor que agregou ao nome artístico o título de seu único grande sucesso - continua evocando a figura de seu amigo Tim Maia (1942 - 1998).
Após editar o livro Até Parece que Foi Sonho, em que narra suas aventuras com o Síndico, o bom cantor lança o CD Meu Jovem Amigo.
A faixa-título é um recado a Tim. Entre inusitado bolero, Inolvidable, o repertório inclui regravações de Risos (parceria de Fábio com Paulo Imperial, gravada por Tim Maia nos anos 70) e Preciso Urgentemente Falar com Cassiano, tema cujo título é um recado para o outro grande gênio temperamental da soul music nacional.
Nos anos 90 saiu uma coletânea pela PolyGram (hoje Universal) intitulada Velhos camaradas, com os grandes sucessos de Tim Maia, Cassiano e Hyldon, tidos como o tripé da música negra nacional.
Fábio, cantor que esteve junto dos três em vários momentos - e também gravou algumas coisas na PolyGram, nos anos 70 - não teve nenhuma música incluída no disco. Há motivos para isso: o sucesso não bateu muitas vezes na porta do cantor, que após se dar bem com a breguinha "Stella", no começo dos anos 70, passou um bom tempo desaparecido.
Lá por 1978, empresariado por Carlos Imperial, ele chegou a retornar como "o rei das discotecas" e até gravou, ironicamente, o hit que daria o nome para a tal coletânea da PolyGram, "Velho camarada", com participação justamente de Hyldon e Tim (na mesma época, o cantor de "Primavera" ainda daria uma força em outro hit de Fábio, "Até parece que foi sonho"). Mas de modo geral, não teve o mesmo alcance.
Durante sua carreira, Tim Maia teve uma relação bem próxima com Fábio - que diversas vezes entou em ação para resolver problemas, fazer vontades ou participar de shows de Tim (no curta-metragem Tim Maia, feito em 1984 por Flávio R. Tambellini, é possível ver Fábio carregando a maletinha com o uísque de Tim, num show no Cassino Bangu).
Agora, no curtinho livro Até parece que foi sonho - Meus trinta anos de amizade e trabalho com Tim Maia (Matrix Editora, preço médio de R$ 23,00), Fábio, com a ajuda do escritor baiano Achel Tinoco, conta histórias do cantor e fala sobre sua relação com ele. É um livro de memórias - ou seja: não há uma grande pesquisa jornalística e boa parte dos fatos podem ter sido distorcidos e perdidos com o tempo. Alguns momentos podem dar um nó na cabeça do leitor - graças a falta de datas importantes e à pouca precisão no acompanhamento do pula-pula de Tim entre gravadoras.
Mas a idéia, ao que parece, é narrar apenas a "experiência" de Fábio com o Tim Maia, e isso o cantor de "Stella" tem de sobra para mostrar. Para quem quiser mais apuração, a biografia de Tim feita por Nelson Motta, que está vindo por aí, já promete mostrar sua vida, detalhadamente.
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
Luis Vagner Lopes - Só que deram zero pro Bedeu
(Bedeu, Bedeu, aonde estiveres!
Já raiou liberdade
E o céu é tão bonito)
Lá no festival
Lá no festival
Lá no festival que julga música (2x)
O Bedeu levou um samba
Que falava da esperança de alguém
A mulher do padeiro, lá da padaria
A senhora padeira disse: Que bonito samba!
A mulher do engenheiro que constrói
A senhora engenheira disse: Que bonito samba!
E a mulher do músico,
E a mulher do músico, a música, música
Alta sensibilidade, espirituosidade(2x)
Só que deram zero pro Bedeu
Só que deram zero pro Bedeu
E deram zero, deram zero pro negão Bedeu
Só que deram zero pro Bedeu
Que nota é essa negrão?
Já raiou liberdade
E o céu é tão bonito)
Lá no festival
Lá no festival
Lá no festival que julga música (2x)
O Bedeu levou um samba
Que falava da esperança de alguém
A mulher do padeiro, lá da padaria
A senhora padeira disse: Que bonito samba!
A mulher do engenheiro que constrói
A senhora engenheira disse: Que bonito samba!
E a mulher do músico,
E a mulher do músico, a música, música
Alta sensibilidade, espirituosidade(2x)
Só que deram zero pro Bedeu
Só que deram zero pro Bedeu
E deram zero, deram zero pro negão Bedeu
Só que deram zero pro Bedeu
Que nota é essa negrão?
terça-feira, 17 de outubro de 2017
Negra Li
Negra Li, nome artístico de Liliane de Carvalho (São Paulo, 17 de setembro de 1979), é uma cantora de rap. Solista do coral da Universidade de São Paulo, ela estuda música e piano e é considerada uma das musas do rap nacional com sua bela voz de contralto.
Moradora de Vila Brasilândia, Negra Li começou a se interessar pela música ainda na infância. Nessa época, cantava músicas evangélicas da igreja. Quando adolescente, imitava Whitney Houston, foi a partir desse momento que passou a ouvir mais a black music. Aos 16 anos, interessou-se pelo rap.
Negra Li iniciou sua carreira musical com o grupo de rap RZO, em seguida iniciou parceria com o rapper Helião, e atualmente a cantora está começando a carreira solo, a qual iniciou-se com o lançamento do CD "Negra Livre".
Mesmo com esse "histórico", não estava em seus planos a vida musical de cantora. Pretendia ser uma modelo. Hoje, com projeção nacional, Negra Li agradece à mãe, professora do município de São Paulo, que lhe deu a oportunidade de ter um boa formação escolar, assim justifica seu sucesso.
Ainda mora com a mãe na Vila Brasilâdia, bairro periférico da Zona Norte da cidade de São Paulo, e tem quatro irmãos.
Em 2006, estrelou o filme de Tata Amaral, Antônia, que, no ano seguinte, virou uma seriado homônimo na TV Globo.
Moradora de Vila Brasilândia, Negra Li começou a se interessar pela música ainda na infância. Nessa época, cantava músicas evangélicas da igreja. Quando adolescente, imitava Whitney Houston, foi a partir desse momento que passou a ouvir mais a black music. Aos 16 anos, interessou-se pelo rap.
Negra Li iniciou sua carreira musical com o grupo de rap RZO, em seguida iniciou parceria com o rapper Helião, e atualmente a cantora está começando a carreira solo, a qual iniciou-se com o lançamento do CD "Negra Livre".
Mesmo com esse "histórico", não estava em seus planos a vida musical de cantora. Pretendia ser uma modelo. Hoje, com projeção nacional, Negra Li agradece à mãe, professora do município de São Paulo, que lhe deu a oportunidade de ter um boa formação escolar, assim justifica seu sucesso.
Ainda mora com a mãe na Vila Brasilâdia, bairro periférico da Zona Norte da cidade de São Paulo, e tem quatro irmãos.
Em 2006, estrelou o filme de Tata Amaral, Antônia, que, no ano seguinte, virou uma seriado homônimo na TV Globo.
Banda Black Rio
Grupo carioca formado em 1976 com repertório baseado na música funk misturada com samba e jazz, com forte acento dançante. Gravou três discos ("Maria Fumaça", "Saci Pererê" e "Gafieira Universal") que fizeram sucesso nas pistas de dança. Além de composições próprias, a Banda Black Rio gravou suas versões para músicas como "Na Baixa do Sapateiro" (Ary Barroso), "Casa Forte" (Edu Lobo). Comparada a outros conjuntos de soul-funk estrangeiros como Kool And The Gang e Earth, Wind And Fire, a Black Rio desenvolveu a soul music instrumental brasileira e acabou virando objeto de culto nas pistas de dança da Inglaterra no fim dos anos 90. Em 1999, a banda retomou as atividades com nova formação, liderada por William Magalhães, filho do falecido membro-fundador Oberdan Magalhães.
Ed Motta
Nasci na Tijuca, Rio de Janeiro, em 17 de agosto de 1971, filho de Antonio Carlos e Luzia e irmão de Regina. Minha mãe diz que quando pequeno eu não gostava das músicas dirigidas para crianças e que que um dos meus hits era “You Are The Sunshine Of My Life” de Stevie Wonder (professor Stevie desde cedo ali…). Com uns 7 anos me apaixonei pela disco music que tocava o dia inteiro no rádio e na vitrola de minha irmã. Participamos de concursos de dança e tudo, meu sonho era assistir os “Embalos de Sábado À Noite” mas era menor de idade.
A partir daí começou uma sadia mania de colecionar discos com todos os cuidados que estes requerem. Até que em 82/83 descubro o rock e suas revistas, enciclopédias, discos importados e toda aquela parafernália de colecionador. Me transformo num pesquisador profundo do assunto, de Scooty Moore à Jimmy Page, renegando meu passado disco/soul/funk, atitude típica do público deste tipo de música, vira uma religião, camisetas, bottons e todas essas bobagens (aliás esse negócio de pesquisar eu pulei senão vira uma autobiografia gigantesca. Mas sempre tive umas manias que levava muito a sério tipo peixes, sabia tudo do assunto: nomes científicos, montagem de aquários, etc.)
Logo após o "descobrimento do rock", fui convidado pelo meu vizinho Marquinhos a ser o vocalista de sua banda de hard rock, "Kabbalah" ("hard" e não "heavy", guitarras "Gibson" e não "Jackson"). Me lembro que logo depois só queria saber de blues/rock... E saí da banda para tentar fazer este som. Até que eu descobri o disco "Blow by Blow", de Jeff Beck, que me deu um tapa na cara e uma retomada ao universo da musica negra que eu havia abandonado por uns tempos na época.
Escrevi em fanzine sobre musica negra, fui dublê de DJ e organizei, junto com minha amiga Lisiane, uma semana sobre soul e funk no MIS (Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro).
Um pouco depois, conheci o "Comprido" (Luiz Fernando, guitarrista do Conexão Japeri) e começamos o embrião do Conexão Japeri com diversas "jams" em estúdios na Tijuca e Grajaú. O primeiro nome foi Expresso Realengo, depois virou Conexão Japeri. Este período foi bastante agradável, apesar de nunca ter me adaptado à "democracia de uma banda". Sempre quis trabalhar minhas idéias.
Agora pulo para o polêmico "Entre e Ouça", em que queríamos algo como Steely Dan, mas o orçamento era de um artista underground jamaicano. Mas saiu. As músicas aqui não eram para dançar, mas para pensar.
Nunca descartei a possibilidade de fazer um disco sem letras. Era uma questão de honra.
Apesar de ser brasileiro, se a questão é ritmo eu e uma grande parte da minha geração fomos expostos muito mais ao pop norte-americano e inglês inicialmente. Aí pensei: posso fazer uma coisa popular de nível, sofisticação, cuidado, etc, mas que remetesse a minha irônica "raiz" inicial : o soul/funk norte-americano. Então iniciei a idéia de "Manual Prático Para Festas, Bailes e Afins Vol.I" . Foi com prazer saudosista que realizei este disco. A todo momento me lembrava do "Conexão" e "Contrato Com Deus". "Manual Prático...vol 1", é um disco que tem o sabor da simplicidade dos meus primeiros trabalhos, mas com uma capacidade técnica e de composição maiores. Assim espero eu...
Entre o "Manual", que tive o prazer de receber meu primeiro disco de ouro, e o "As Segundas Intenções", muita água rolou, desde um, duas trilhas premiadas, "Ninó" e "Uma Janela Para o Cinema", a um show inesquecível com Roy Ayers no Central Park em NY.
Depois disso veio o "Dwitza". A idéia desse disco surgiu quando eu pensei e me questionei no que poderia lucrar na negociação do contrato. Outros artistas pensam em dinheiro, coisas materiais - "ah, vou comprar um apartamento", por aí vai. Eu não. Eu queria gravar um disco especial, queria ter o mesmo tratamento que dão aos meus discos pop, mas que fosse instrumental. Gosto de dizer que é um disco instrumental. Tem jazz no meio, bastante, mas também referências de música para cinema, canções de musicais da Broadway, e música brasileira também. Queria que Dwitza tivesse um pouquinho de cada coisa que eu ouço, e mesmo assim nem consegui colocar tudo no disco.
A partir daí começou uma sadia mania de colecionar discos com todos os cuidados que estes requerem. Até que em 82/83 descubro o rock e suas revistas, enciclopédias, discos importados e toda aquela parafernália de colecionador. Me transformo num pesquisador profundo do assunto, de Scooty Moore à Jimmy Page, renegando meu passado disco/soul/funk, atitude típica do público deste tipo de música, vira uma religião, camisetas, bottons e todas essas bobagens (aliás esse negócio de pesquisar eu pulei senão vira uma autobiografia gigantesca. Mas sempre tive umas manias que levava muito a sério tipo peixes, sabia tudo do assunto: nomes científicos, montagem de aquários, etc.)
Logo após o "descobrimento do rock", fui convidado pelo meu vizinho Marquinhos a ser o vocalista de sua banda de hard rock, "Kabbalah" ("hard" e não "heavy", guitarras "Gibson" e não "Jackson"). Me lembro que logo depois só queria saber de blues/rock... E saí da banda para tentar fazer este som. Até que eu descobri o disco "Blow by Blow", de Jeff Beck, que me deu um tapa na cara e uma retomada ao universo da musica negra que eu havia abandonado por uns tempos na época.
Escrevi em fanzine sobre musica negra, fui dublê de DJ e organizei, junto com minha amiga Lisiane, uma semana sobre soul e funk no MIS (Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro).
Um pouco depois, conheci o "Comprido" (Luiz Fernando, guitarrista do Conexão Japeri) e começamos o embrião do Conexão Japeri com diversas "jams" em estúdios na Tijuca e Grajaú. O primeiro nome foi Expresso Realengo, depois virou Conexão Japeri. Este período foi bastante agradável, apesar de nunca ter me adaptado à "democracia de uma banda". Sempre quis trabalhar minhas idéias.
Agora pulo para o polêmico "Entre e Ouça", em que queríamos algo como Steely Dan, mas o orçamento era de um artista underground jamaicano. Mas saiu. As músicas aqui não eram para dançar, mas para pensar.
Nunca descartei a possibilidade de fazer um disco sem letras. Era uma questão de honra.
Apesar de ser brasileiro, se a questão é ritmo eu e uma grande parte da minha geração fomos expostos muito mais ao pop norte-americano e inglês inicialmente. Aí pensei: posso fazer uma coisa popular de nível, sofisticação, cuidado, etc, mas que remetesse a minha irônica "raiz" inicial : o soul/funk norte-americano. Então iniciei a idéia de "Manual Prático Para Festas, Bailes e Afins Vol.I" . Foi com prazer saudosista que realizei este disco. A todo momento me lembrava do "Conexão" e "Contrato Com Deus". "Manual Prático...vol 1", é um disco que tem o sabor da simplicidade dos meus primeiros trabalhos, mas com uma capacidade técnica e de composição maiores. Assim espero eu...
Entre o "Manual", que tive o prazer de receber meu primeiro disco de ouro, e o "As Segundas Intenções", muita água rolou, desde um, duas trilhas premiadas, "Ninó" e "Uma Janela Para o Cinema", a um show inesquecível com Roy Ayers no Central Park em NY.
Depois disso veio o "Dwitza". A idéia desse disco surgiu quando eu pensei e me questionei no que poderia lucrar na negociação do contrato. Outros artistas pensam em dinheiro, coisas materiais - "ah, vou comprar um apartamento", por aí vai. Eu não. Eu queria gravar um disco especial, queria ter o mesmo tratamento que dão aos meus discos pop, mas que fosse instrumental. Gosto de dizer que é um disco instrumental. Tem jazz no meio, bastante, mas também referências de música para cinema, canções de musicais da Broadway, e música brasileira também. Queria que Dwitza tivesse um pouquinho de cada coisa que eu ouço, e mesmo assim nem consegui colocar tudo no disco.
Lady Zu
Paulista, filha de pernambucanos, Zuleide Santos da Silva começou como cantora aos 8 anos de idade, em programas da TV Cultura de São Paulo. Estudou canto dos 10 aos 13 anos, e depois disso passou a atuar profissionalmente, em programas infantis e bailes. Cantou na noite e batalhou por anos sem sucesso na porta de gravadoras, até que em 1977 conseguiu, por intermédio do disc-jóquei Sebastião Ferreira da Silva, gravar um compacto produzido por Marcos Maynard, com "A Noite Vai Chegar" (Paulinho Camargo)/ "Eu Prefiro Dançar" (Totó Mugabe), que vendeu milhares de cópias.
Em 78 lançou o LP "A Noite Vai Chegar", com composições de Luiz Wagner, Nelson Motta, Peninha e outros, todos dentro da estética da disco music então em voga. O disco lhe valeu o título de Rainha da Discoteca Brasileira, e possibilitou-lhe a gravação do segundo LP, "Fêmea Brasileira", em 79, cujo grande sucesso foi "Hora da União" (Totó Mugabe), e que contava ainda com uma versão disco de "A Banda" (Chico Buarque). Depois desse disco, Zu sumiu da vida artística. Voltou à cena dez anos depois, em 89, participando do disco "Alma Negra", ao lado de Tony Tornado, Tony Bizarro, Luiz Vagner e Carlinhos Trumpete. No mesmo ano, lançou mais um disco solo, "Louco Amor" (Continental), mais voltado para o romântico. Depois disso, apareceu esporadicamente em shows e eventos relacionados à musica Soul e à Black music.
Em 78 lançou o LP "A Noite Vai Chegar", com composições de Luiz Wagner, Nelson Motta, Peninha e outros, todos dentro da estética da disco music então em voga. O disco lhe valeu o título de Rainha da Discoteca Brasileira, e possibilitou-lhe a gravação do segundo LP, "Fêmea Brasileira", em 79, cujo grande sucesso foi "Hora da União" (Totó Mugabe), e que contava ainda com uma versão disco de "A Banda" (Chico Buarque). Depois desse disco, Zu sumiu da vida artística. Voltou à cena dez anos depois, em 89, participando do disco "Alma Negra", ao lado de Tony Tornado, Tony Bizarro, Luiz Vagner e Carlinhos Trumpete. No mesmo ano, lançou mais um disco solo, "Louco Amor" (Continental), mais voltado para o romântico. Depois disso, apareceu esporadicamente em shows e eventos relacionados à musica Soul e à Black music.
Maurício Manieri
Paulista, Maurício Manieri começou a tocar piano na infância, com formação clássica. Em São Bernardo do Campo, onde nasceu, abriu com o irmão uma escola de música onde dava aulas de piano. Com forte influência da soul music americana e brasileira, no início dos anos 90, decidido a virar músico, aproximou-se de DJs, trabalhando com a dupla Thaíde e DJ Hum e com o grupo de street dance Unidade Móvel. Como tecladista, acompanhou alguns artistas internacionais de dance music, como Double You, Culture Beat, Alexia e a inglesa Undercover. Antes de lançar o primeiro disco, Maurício gravou mais de 40 jingles para campanhas publicitárias, entre eles um em italiano para o sabonete Lux. Em 1998, foi contratado pela Abril Music. Produzido por Dudu Marote – que já trabalhou com Skank e Pato Fu –, o disco “A Noite Inteira” teve uma música incluída na novela Andando nas Nuvens, da Rede Globo (1999), a dançante Minha Menina, que deu um empurrão na carreira de Maurício.
Poucos meses depois, a balada “Bem Querer” tomou as programações de rádio de todo o país, e o CD ultrapassou a marca das 150 mil cópias vendidas, tornando o cantor, compositor e tecladista um dos grandes sucessos em 99.
Em 2004, gravou “Quero Ver Quem Vem”. No ano seguinte, lançou “Agora que Voltou”, uma coletânea de canções gravadas pelo cantor ao longo de sua carreira.
Poucos meses depois, a balada “Bem Querer” tomou as programações de rádio de todo o país, e o CD ultrapassou a marca das 150 mil cópias vendidas, tornando o cantor, compositor e tecladista um dos grandes sucessos em 99.
Em 2004, gravou “Quero Ver Quem Vem”. No ano seguinte, lançou “Agora que Voltou”, uma coletânea de canções gravadas pelo cantor ao longo de sua carreira.
Claudio Zoli
Zoli canta e toca violão desde garoto, mas a estréia profissional ocorreu aos 17 anos, período em que integrou a banda de um de seus ídolos, Cassiano, autor de clássicos como “A Lua e Eu”. Em 1982 fundou a banda Brylho, na qual comandou os vocais, violões e guitarras, a banda acabou em 1985. Foi em 1986 que lançou seu primeiro álbum solo “Livre para Viver”, neste período também se destacou como compositor ao emplacar sucessos nas vozes da Marina Lima ("A Francesa") e Elba Ramalho ("Felicidade Urgente").
Em 1993 integrou a banda Tigres de Bengala, com Ritchie e Vinícius Cantuária. No ano de 1999, finalmente, lança seu 2º álbum solo “Férias”. “Pista”, que uniu a influência soul-funk com o universo veio em 2001.
O ano de 2003 foi repleto de lançamentos “Sem Limite no Paraíso”, “Claudio Zoli na Pista ao Vivo” e “Claudio Zoli Remixado e ao Vivo”. Muitos projetos ainda estão por vir para a comemoração dos 25 anos de carreira.
Em 1993 integrou a banda Tigres de Bengala, com Ritchie e Vinícius Cantuária. No ano de 1999, finalmente, lança seu 2º álbum solo “Férias”. “Pista”, que uniu a influência soul-funk com o universo veio em 2001.
O ano de 2003 foi repleto de lançamentos “Sem Limite no Paraíso”, “Claudio Zoli na Pista ao Vivo” e “Claudio Zoli Remixado e ao Vivo”. Muitos projetos ainda estão por vir para a comemoração dos 25 anos de carreira.
Sérgio Loroza
Sérgio Loroza (Rio de Janeiro, 28 de março de 1967) é um ator, cantor e compositor brasileiro.
É cantor que transita pelos seguintes gêneros: MPB, samba, marchinha, rapper, soul, funk muito requisitado na noite e carnaval carioca, já tendo lançado 3 álbuns solo, o mais recente Carpe Diem em outubro de 2013. Ficou conhecido do grande público em razão do personagem Figueirinha, da série de televisão A Diarista.
Em 2007 foi um dos 14 participantes do quadro Dança dos Famosos do Domingão do Faustão da TV Globo e cativou o público pelo seu desempenho e desenvolvimento na dança.
É cantor que transita pelos seguintes gêneros: MPB, samba, marchinha, rapper, soul, funk muito requisitado na noite e carnaval carioca, já tendo lançado 3 álbuns solo, o mais recente Carpe Diem em outubro de 2013. Ficou conhecido do grande público em razão do personagem Figueirinha, da série de televisão A Diarista.
Em 2007 foi um dos 14 participantes do quadro Dança dos Famosos do Domingão do Faustão da TV Globo e cativou o público pelo seu desempenho e desenvolvimento na dança.
sábado, 14 de outubro de 2017
Seu Jorge - Quem Não Quer Sou Eu
Vou ficar a noite em claro sem pegar no sono
Meditando sobre o que de fato aconteceu
Eu até pensei que fosse terminar na cama
Como era de costume entre você e eu
Eu fiz de tudo mas era tarde
Foi o que eu podia dar você não entendeu
Eu quis ir fundo e você com medo
Tirou onda pois agora quem não quer sou eu
É... Quem não quer sou eu
Quem não quer sou eu
Pois é...
E vai a noite, vem o dia
E eu aqui pensando
Um cigarro atrás do outro
E eu fumo sem parar
Da janela eu vejo o trânsito congestionado
No meu peito o coração parece buzinar
Eu fiz de tudo mas era tarde
Foi o que eu podia dar você não entendeu
Eu quis ir fundo e você com medo
Tirou onda pois agora quem não quer sou eu
É... Quem não quer sou eu
Quem não quer sou eu
Pois é...
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Meditando sobre o que de fato aconteceu
Eu até pensei que fosse terminar na cama
Como era de costume entre você e eu
Eu fiz de tudo mas era tarde
Foi o que eu podia dar você não entendeu
Eu quis ir fundo e você com medo
Tirou onda pois agora quem não quer sou eu
É... Quem não quer sou eu
Quem não quer sou eu
Pois é...
E vai a noite, vem o dia
E eu aqui pensando
Um cigarro atrás do outro
E eu fumo sem parar
Da janela eu vejo o trânsito congestionado
No meu peito o coração parece buzinar
Eu fiz de tudo mas era tarde
Foi o que eu podia dar você não entendeu
Eu quis ir fundo e você com medo
Tirou onda pois agora quem não quer sou eu
É... Quem não quer sou eu
Quem não quer sou eu
Pois é...
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Sandra de Sá - Olhos coloridos
s meus olhos coloridos
Me fazem refletir
Eu estou sempre na minha
E não posso mais fugir...
Meu cabelo enrolado
Todos querem imitar
Eles estão baratinado
Também querem enrolar...
Você ri da minha roupa
Você ri do meu cabelo
Você ri da minha pele
Você ri do meu sorriso...
A verdade é que você
(Todo brasileiro tem!)
Tem sangue crioulo
Tem cabelo duro
Sarará, sarará
Sarará, sarará
Sarará crioulo...
Sarará crioulo
Sarará crioulo...
Os meus olhos coloridos
Me fazem refletir
Que eu tô sempre na minha
Não! Não!
Não posso mais fugir
Não posso mais!
Não posso mais!
Não posso mais!
Não posso mais!
Meu cabelo enrolado
Todos querem imitar
Eles estão baratinados
Também querem enrolar...
Cê ri! Cê ri! Cê ri!
Cê ri! Cê ri!
Cê ri da minha roupa
Cê ri do meu cabelo
Cê ri da minha pele
Cê ri do meu sorriso...
Mas verdade é que você
(Todo brasileiro tem!)
Tem sangue crioulo
Tem cabelo duro
Sarará, sarará
Sarará, sarará
Sarará crioulo...
Sarará crioulo
Sarará crioulo..
Me fazem refletir
Eu estou sempre na minha
E não posso mais fugir...
Meu cabelo enrolado
Todos querem imitar
Eles estão baratinado
Também querem enrolar...
Você ri da minha roupa
Você ri do meu cabelo
Você ri da minha pele
Você ri do meu sorriso...
A verdade é que você
(Todo brasileiro tem!)
Tem sangue crioulo
Tem cabelo duro
Sarará, sarará
Sarará, sarará
Sarará crioulo...
Sarará crioulo
Sarará crioulo...
Os meus olhos coloridos
Me fazem refletir
Que eu tô sempre na minha
Não! Não!
Não posso mais fugir
Não posso mais!
Não posso mais!
Não posso mais!
Não posso mais!
Meu cabelo enrolado
Todos querem imitar
Eles estão baratinados
Também querem enrolar...
Cê ri! Cê ri! Cê ri!
Cê ri! Cê ri!
Cê ri da minha roupa
Cê ri do meu cabelo
Cê ri da minha pele
Cê ri do meu sorriso...
Mas verdade é que você
(Todo brasileiro tem!)
Tem sangue crioulo
Tem cabelo duro
Sarará, sarará
Sarará, sarará
Sarará crioulo...
Sarará crioulo
Sarará crioulo..
Emílio Santiago
Freqüentando a faculdade de Direito na década de 1970, começou a cantar em festivais universitários nesta mesma década e participou de um programa de calouros, chegando aos finais num programa de Flávio Cavalcanti, na extinta TV Tupi e trabalhou como crooner da orquestra de Ed Lincoln, além de muitas apresentações em boates e casas de espetáculos noturnas. Em 1973 lançou o primeiro compacto, com as canções Transa de amor e Saravá Nega, que ocasionou maiores participações em rádios e programas televisivos.
O primeiro LP foi lançado pela CID em 1975, com canções esquecidas de compositores consagrados como Ivan Lins, João Donato, Jorge Benjor, Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito, Marcos e Paulo Sérgio Valle, dentre outros. Transferiu-se no ano seguinte para a Philips/Polygram, permanecendo neste selo até 1984, pelo qual lançou dez álbuns - todos com pouca repercussão. Venceu o Festival da TV Globo em 1985, com a canção Elis Elis.
O sucesso veio na verdade em 1988, quando lançou o LP Aquarela Brasileira pela Som Livre, um projeto especial de sete volumes, dedicado exclusivamente ao repertório de música brasileira; todos ultrapassaram a marca de quatro mil cópias vendidas. Nesta época, lançou também outros projetos especiais, como um tributo ao cantor Dick Farney (Perdido de amor, 1995) ou regravando clássicos do bolero hispânico (Dias de luna, 1996).
Assinou com a Sony BMG em 2000. O disco que marca a estréia na nova gravadora é Bossa nova, que trouxe muitos clássicos do gênero e também rendeu um DVD. Prosseguiu com Um sorriso nos lábios (2001), um tributo a Gonzaguinha e outro ao compositor acreano João Donato em 2003.
O mais recente álbum foi O melhor das aquarelas ao vivo, onde reviu o repertório de música brasileira que gravou a partir do álbum Aquarela Brasileira (1988), e que entre os méritos conta ser o primeiro disco ao vivo de Emílio e o segundo DVD da carreira, após Bossa nova.
O primeiro LP foi lançado pela CID em 1975, com canções esquecidas de compositores consagrados como Ivan Lins, João Donato, Jorge Benjor, Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito, Marcos e Paulo Sérgio Valle, dentre outros. Transferiu-se no ano seguinte para a Philips/Polygram, permanecendo neste selo até 1984, pelo qual lançou dez álbuns - todos com pouca repercussão. Venceu o Festival da TV Globo em 1985, com a canção Elis Elis.
O sucesso veio na verdade em 1988, quando lançou o LP Aquarela Brasileira pela Som Livre, um projeto especial de sete volumes, dedicado exclusivamente ao repertório de música brasileira; todos ultrapassaram a marca de quatro mil cópias vendidas. Nesta época, lançou também outros projetos especiais, como um tributo ao cantor Dick Farney (Perdido de amor, 1995) ou regravando clássicos do bolero hispânico (Dias de luna, 1996).
Assinou com a Sony BMG em 2000. O disco que marca a estréia na nova gravadora é Bossa nova, que trouxe muitos clássicos do gênero e também rendeu um DVD. Prosseguiu com Um sorriso nos lábios (2001), um tributo a Gonzaguinha e outro ao compositor acreano João Donato em 2003.
O mais recente álbum foi O melhor das aquarelas ao vivo, onde reviu o repertório de música brasileira que gravou a partir do álbum Aquarela Brasileira (1988), e que entre os méritos conta ser o primeiro disco ao vivo de Emílio e o segundo DVD da carreira, após Bossa nova.
Leci Brandão - Revolta Olodum
Retirante ruralista, lavrador
Nordestino lampião, salvador
Pátria sertaneja, independente
Antônio Conselheiro, em Canudos, presidente
Zumbi em Alagoas, comandou
Exército de ideais Libertador, eu
Sou mandinga, balaiada
Sou malê Sou búzios sou revolta, arerê
Ohh Corisco, Maria Bonita mandou te chamar
Ohh Corisco, Maria Bonita mandou te chamar
É o vingador de Lampião
É o vingador de Lampião
Êta cabra da peste
Pelourinho, Olodum somos do Nordeste
Nordestino lampião, salvador
Pátria sertaneja, independente
Antônio Conselheiro, em Canudos, presidente
Zumbi em Alagoas, comandou
Exército de ideais Libertador, eu
Sou mandinga, balaiada
Sou malê Sou búzios sou revolta, arerê
Ohh Corisco, Maria Bonita mandou te chamar
Ohh Corisco, Maria Bonita mandou te chamar
É o vingador de Lampião
É o vingador de Lampião
Êta cabra da peste
Pelourinho, Olodum somos do Nordeste
sexta-feira, 13 de outubro de 2017
Marku Ribas
Marco Antônio Ribas (Pirapora MG 1947 - Belo Horizonte MG 2013).
Compositor, cantor, instrumentista e ator.
Estréia como baterista e cantor no grupo Flamingo em 1962. Em 1967, vai para São Paulo com o amigo e parceiro Deo e juntos lançam o LP Deo & Marco, pela gravadora Continental.
No mesmo ano, participa do 2º Festival Internacional da Canção (FIC), no Rio de Janeiro, com a música Canto Certo.
Anos depois, rebatizada de Alerta Geral e gravada por Alcione, a canção dá nome a um programa televisivo apresentado pela cantora.
O teor crítico dessa letra incomoda o governo militar e é censurada.
No ano seguinte, a música Nunca Vi também é censurada e, em outubro de 1968, provoca a prisão de Marco Antônio Ribas, ou Marku Ribas, que se exila em Paris.
Na capital francesa, monta o grupo Batuki e participa como ator dos filmes Quatre Nuit D'une Revêur, 1969, de Robert Bresson, e Revolution, 1970, de Jean-Marc Tibeau, no qual interpreta o líder comunista brasileiro Luiz Carlos Prestes.
Muda-se para Martinica, no Caribe, e, em 1973, visita o Brasil, onde grava o LP Underground, que traz a faixa Zamba Ben, feita em homenagem ao político revolucionário argelino Ben Bella, principal nome da luta da independência da Argélia.
Participa do videoclipe de Just Another Night, do cantor de rock inglês Mick Jagger, gravado no Rio de Janeiro, em 1984. Dois anos depois, em Paris, grava como percussionista a faixa Back to Zero, do álbum Dirty Work, dos Rolling Stones, banda de Jagger, embora não esteja creditado no disco. Atua nos filmes Exu-Piá, Coração de Macunaíma, 1987, de Paulo Verissimo; Uma Onda no Ar, 2002, e Batismo de Sangue, 2007, ambos de Helvécio Ratton; Chega de Saudade, 2008, de Laís Bodanzky; e Lula, o Filho Brasil, 2009, de Fábio e Luiz Carlos Barreto.
É lançada a coletânea Zamba Ben, em 2007, com seleção de repertório feita pelo cantor Ed Motta, admirador da obra de Marku Ribas. Grava, pelo Itaú Cultural, seu primeiro DVD, 60 Anos de Vida, 45 de Arte, em 2008.
Compositor, cantor, instrumentista e ator.
Estréia como baterista e cantor no grupo Flamingo em 1962. Em 1967, vai para São Paulo com o amigo e parceiro Deo e juntos lançam o LP Deo & Marco, pela gravadora Continental.
No mesmo ano, participa do 2º Festival Internacional da Canção (FIC), no Rio de Janeiro, com a música Canto Certo.
Anos depois, rebatizada de Alerta Geral e gravada por Alcione, a canção dá nome a um programa televisivo apresentado pela cantora.
O teor crítico dessa letra incomoda o governo militar e é censurada.
No ano seguinte, a música Nunca Vi também é censurada e, em outubro de 1968, provoca a prisão de Marco Antônio Ribas, ou Marku Ribas, que se exila em Paris.
Na capital francesa, monta o grupo Batuki e participa como ator dos filmes Quatre Nuit D'une Revêur, 1969, de Robert Bresson, e Revolution, 1970, de Jean-Marc Tibeau, no qual interpreta o líder comunista brasileiro Luiz Carlos Prestes.
Muda-se para Martinica, no Caribe, e, em 1973, visita o Brasil, onde grava o LP Underground, que traz a faixa Zamba Ben, feita em homenagem ao político revolucionário argelino Ben Bella, principal nome da luta da independência da Argélia.
Participa do videoclipe de Just Another Night, do cantor de rock inglês Mick Jagger, gravado no Rio de Janeiro, em 1984. Dois anos depois, em Paris, grava como percussionista a faixa Back to Zero, do álbum Dirty Work, dos Rolling Stones, banda de Jagger, embora não esteja creditado no disco. Atua nos filmes Exu-Piá, Coração de Macunaíma, 1987, de Paulo Verissimo; Uma Onda no Ar, 2002, e Batismo de Sangue, 2007, ambos de Helvécio Ratton; Chega de Saudade, 2008, de Laís Bodanzky; e Lula, o Filho Brasil, 2009, de Fábio e Luiz Carlos Barreto.
É lançada a coletânea Zamba Ben, em 2007, com seleção de repertório feita pelo cantor Ed Motta, admirador da obra de Marku Ribas. Grava, pelo Itaú Cultural, seu primeiro DVD, 60 Anos de Vida, 45 de Arte, em 2008.
Dila
Temos aqui a cantora Dila, revelação no início dos anos 70, mas que acabou ficando na promessa. Eu digo isso partindo do lacônico texto no verso da capa do disco, onde o compositor Arnoldo Medeiros nos apresenta a cantora. Nele, Dila é apontada como a intérprete esperada, do nível de Leny Andrade (ups!).
Realmente, Dila é uma excelente cantora, mas me lembrou mais a Elis Regina (sem comparações, por favor!), talvez pela interpretação de “Madalena” de Ivan Lins, música a qual ela canta buscando a mesma garra da Pimentinha, talvez até por influências, sei lá…
Mas percebe-se logo que ela tem uma identidade própria. E o fato é que a cantora realmente ‘bota pra quebrar’ ao lado de feras como Durval Ferreira na guitarra/violão, Romildo Cardoso no contrabaixo, Sidney no piano e Fernando e Horácio na bateria e percussão. Há também a presença de metais, sax e piston, mas no lp não temos informações.
Segundo me foi informado, a cantora Dila faleceu pouco tempo depois do lançamento deste disco em um acidente de automóvel.
Uma pena, pois ela era mesmo uma cantora para botar banca.
Complicado vai ser explicar qualquer coisa sobre esta mulata Dila.
O que se sabe é que ela morreu logo após o lançamento deste álbum.
Posso falar desta grande voz, desse doce grave swingado – lembra-me muito Noriel Vilela.
Os Grilos são os responsáveis pelos arranjos, principalmente o Durval Ferreira, que produziu e gravou as guitarras de todas as faixas.
A1. Inez
A2. Adeus Bonfim
A3. Madalena (Ivan Lins/Ronaldo Monteiro de Souza)
A4. Fim De Papo
A5. Saberás (Osvaldo Nunes)
A6. O Morro Não Tem Vez (Tom Jobim)
B1. Como É Que É Bicho?
B2. As Paredes Têm Ouvidos
B3. Festa Para Um Rei Negro (Samba Enredo Do Salgueiro/71)
B4. Seleção De Mangueira
B5. Perdoei
B6. Refém Da Solidão (Baden Powell)
Realmente, Dila é uma excelente cantora, mas me lembrou mais a Elis Regina (sem comparações, por favor!), talvez pela interpretação de “Madalena” de Ivan Lins, música a qual ela canta buscando a mesma garra da Pimentinha, talvez até por influências, sei lá…
Mas percebe-se logo que ela tem uma identidade própria. E o fato é que a cantora realmente ‘bota pra quebrar’ ao lado de feras como Durval Ferreira na guitarra/violão, Romildo Cardoso no contrabaixo, Sidney no piano e Fernando e Horácio na bateria e percussão. Há também a presença de metais, sax e piston, mas no lp não temos informações.
Segundo me foi informado, a cantora Dila faleceu pouco tempo depois do lançamento deste disco em um acidente de automóvel.
Uma pena, pois ela era mesmo uma cantora para botar banca.
Complicado vai ser explicar qualquer coisa sobre esta mulata Dila.
O que se sabe é que ela morreu logo após o lançamento deste álbum.
Posso falar desta grande voz, desse doce grave swingado – lembra-me muito Noriel Vilela.
Os Grilos são os responsáveis pelos arranjos, principalmente o Durval Ferreira, que produziu e gravou as guitarras de todas as faixas.
A1. Inez
A2. Adeus Bonfim
A3. Madalena (Ivan Lins/Ronaldo Monteiro de Souza)
A4. Fim De Papo
A5. Saberás (Osvaldo Nunes)
A6. O Morro Não Tem Vez (Tom Jobim)
B1. Como É Que É Bicho?
B2. As Paredes Têm Ouvidos
B3. Festa Para Um Rei Negro (Samba Enredo Do Salgueiro/71)
B4. Seleção De Mangueira
B5. Perdoei
B6. Refém Da Solidão (Baden Powell)
quinta-feira, 12 de outubro de 2017
Taxi
Imagina um disco reunindo os melhores da black music brasileira numa gravação. Não é sonho. Isto aconteceu no álbum do grupo Taxi, lançado em 1979 pelo selo Kelo Music, subsidiária da K-Tel que na década de 1970 inundou o mercado com diversas coletâneas, a maioria de mau gosto. Entre as feras que deixaram sua marca nesses dois álbuns memoráveis da Soul Music nacional estão o mago dos estúdios Lincoln Olivetti, anos luz na arte de produzir bons discos e CDs, o excelente contrabaixista Jamil Joanes da Banda Black Rio, o guitarrista Robson Jorge e o baterista Picolé entre outros.
O vocal do Taxi era de grande qualidade: Camarão, irmão do soulman Cassiano, trabalhou na banda Vitória Régia de backing vocal, fazendo as músicas românticas de Tim Maia ficarem mais bonitas nas apresentações ao vivo. Tanto Max quanto Aladim eram excelentes vocalistas. Infelizmente a tragédia não permitiu que o grupo Taxi desfrutasse do sucesso. Max se matou antes de sair o segundo álbum. Amaro acabou morto numa discussão dentro de um bar. Aladim, em 1998, morreu de câncer. Camarão também já é falecido. Deste excelente trio vocal, não há mais nenhum componente vivo. Permanece apenas a ótima qualidade de uma Soul Music, que anos depois a Motown Records, nos Estados Unidos, tentou reviver com o conjunto De Barge.
Naquela época, o Brasil vivia o auge do movimento Black. As equipes Chic Show, Tranza Negra, Sideral, Zimbabwe, Black Mad, Circuit Power, Soul Grand Prix e Cash Box (ambas do Rio de Janeiro) faziam bailes concorridos, onde não faltavam atrações nacionais e internacionais. Em 1978, a Chic Show trouxe James Brown ao ginásio do Palmeiras, Sideral quase emplaca Billy Paul no ginásio da Portuguesa, no mesmo ano, caso não fosse prejudicada por um mau empresário. Tim Maia, Carlos Dafé, Fábio, Cassiano, Banda Black Rio, Gerson King Combo, Placa Luminosa, entre outros grupos eram a nata da Soul Music nacional, assim como o Funk dos Estados Unidos.
É neste contexto que aparece o Taxi, trio formado pelos vocalistas Amaro, Max e Camarão. Todos experientes na arte de cantar Soul, Funk e baladas no estilo R&B. Na linha da black music norte-americana, lançaram dois álbuns, todos recheados de ótimas canções, daquelas para dançar de rosto coladinho, com o tempo necessário para passar telefone, pegar endereço e sair acompanhado da festa.
O primeiro hit a explodir nos bailes foi "Pode Chorar" (1979). Autêntica balada no estilo Soul Music para nenhum jovem dos guetos de Nova York, Los Angeles, Chicago, Detroit, Atlanta ou Filadélfia botar defeito.
No segundo álbum (1980) apresentaram "Canção de Amor", autoria do tecladista Michel que tocava na banda Vitória Régia, responsável pelo som nota 1000 de Tim Maia. Ele dificilmente faltava aos bailes blacks, principalmente os realizados no Palmeiras. Nesse mesmo disco estavam outras pérolas, como "Bobeira" de Amaro, Camarão e Aladim, Funk romântico em sintonia com conjuntos iguais a Harold Melvin and The Blue Notes, responsável por milhões de discos vendidos nos Estados Unidos na década de 1970. O hit " Amor não Vai Faltar", autorias de Paulo Sérgio Vale, Amaro, Camarão e Aladim, é o velho Soul, com batida brasileira, lembrando o estilo da Earth, Wind & Fire, trazida pela Chic Show, no início de 1980 para shows no ginásio do Ibirapuera.
O vocal do Taxi era de grande qualidade: Camarão, irmão do soulman Cassiano, trabalhou na banda Vitória Régia de backing vocal, fazendo as músicas românticas de Tim Maia ficarem mais bonitas nas apresentações ao vivo. Tanto Max quanto Aladim eram excelentes vocalistas. Infelizmente a tragédia não permitiu que o grupo Taxi desfrutasse do sucesso. Max se matou antes de sair o segundo álbum. Amaro acabou morto numa discussão dentro de um bar. Aladim, em 1998, morreu de câncer. Camarão também já é falecido. Deste excelente trio vocal, não há mais nenhum componente vivo. Permanece apenas a ótima qualidade de uma Soul Music, que anos depois a Motown Records, nos Estados Unidos, tentou reviver com o conjunto De Barge.
Naquela época, o Brasil vivia o auge do movimento Black. As equipes Chic Show, Tranza Negra, Sideral, Zimbabwe, Black Mad, Circuit Power, Soul Grand Prix e Cash Box (ambas do Rio de Janeiro) faziam bailes concorridos, onde não faltavam atrações nacionais e internacionais. Em 1978, a Chic Show trouxe James Brown ao ginásio do Palmeiras, Sideral quase emplaca Billy Paul no ginásio da Portuguesa, no mesmo ano, caso não fosse prejudicada por um mau empresário. Tim Maia, Carlos Dafé, Fábio, Cassiano, Banda Black Rio, Gerson King Combo, Placa Luminosa, entre outros grupos eram a nata da Soul Music nacional, assim como o Funk dos Estados Unidos.
É neste contexto que aparece o Taxi, trio formado pelos vocalistas Amaro, Max e Camarão. Todos experientes na arte de cantar Soul, Funk e baladas no estilo R&B. Na linha da black music norte-americana, lançaram dois álbuns, todos recheados de ótimas canções, daquelas para dançar de rosto coladinho, com o tempo necessário para passar telefone, pegar endereço e sair acompanhado da festa.
O primeiro hit a explodir nos bailes foi "Pode Chorar" (1979). Autêntica balada no estilo Soul Music para nenhum jovem dos guetos de Nova York, Los Angeles, Chicago, Detroit, Atlanta ou Filadélfia botar defeito.
No segundo álbum (1980) apresentaram "Canção de Amor", autoria do tecladista Michel que tocava na banda Vitória Régia, responsável pelo som nota 1000 de Tim Maia. Ele dificilmente faltava aos bailes blacks, principalmente os realizados no Palmeiras. Nesse mesmo disco estavam outras pérolas, como "Bobeira" de Amaro, Camarão e Aladim, Funk romântico em sintonia com conjuntos iguais a Harold Melvin and The Blue Notes, responsável por milhões de discos vendidos nos Estados Unidos na década de 1970. O hit " Amor não Vai Faltar", autorias de Paulo Sérgio Vale, Amaro, Camarão e Aladim, é o velho Soul, com batida brasileira, lembrando o estilo da Earth, Wind & Fire, trazida pela Chic Show, no início de 1980 para shows no ginásio do Ibirapuera.
quarta-feira, 11 de outubro de 2017
Seu Jorge
Primogênito de quatro filhos, Charles, Vitório e Rogerio.
Seu Jorge teve uma infância tranqüila, freqüentando a escola e ajudando a mãe a tomar conta dos irmãos.
Começou a trabalhar com apenas dez anos de idade em uma borracharia, primeira de várias ocupações como contínuo, marcenaria e office-boy, entre outras. As variadas profissões nunca ofuscaram o seu verdadeiro desejo de se tornar músico.
Desde adolescente, freqüentava as rodas de samba cariocas acompanhando o pai e os bailes funks da periferia, e cedo começou a se profissionalizar cantando na noite.
Seu Jorge é primariamente conhecido como violonista, mas também toca varios instrumentos, como o baixo.
Foi aí que a morte de seu irmão Vitório em uma chacina levou a família à desestruturação, e Seu Jorge acabou virando sem-teto por cerca de três anos. A nova virada se deu quando o clarinetista Paulo Moura o convidou para fazer um teste para um musical de teatro. Foi aprovado e acabou participando de mais de 20 espetáculos com o Teatro da Universidade do Rio de Janeiro, como cantor e ator.
Participou depois da formação da banda Farofa Carioca, que lançou seu primeiro CD em 1998 com uma competente mistura da ritmos negros de várias partes do mundo, como samba, reggae, jongo, funk e rap. A partir daí, Seu Jorge tem sua carreira engrenada e passa a participar de vários projetos, como um disco de tributo a Tim Maia e a participação em estúdio e na turnê da banda brasileira Planet Hemp, em 2000.
Seu Jorge é primo do sambista Dudu Nobre. O apelido, ele ganhou do amigo Marcelo Yuka.
Seu Jorge teve uma infância tranqüila, freqüentando a escola e ajudando a mãe a tomar conta dos irmãos.
Começou a trabalhar com apenas dez anos de idade em uma borracharia, primeira de várias ocupações como contínuo, marcenaria e office-boy, entre outras. As variadas profissões nunca ofuscaram o seu verdadeiro desejo de se tornar músico.
Desde adolescente, freqüentava as rodas de samba cariocas acompanhando o pai e os bailes funks da periferia, e cedo começou a se profissionalizar cantando na noite.
Seu Jorge é primariamente conhecido como violonista, mas também toca varios instrumentos, como o baixo.
Foi aí que a morte de seu irmão Vitório em uma chacina levou a família à desestruturação, e Seu Jorge acabou virando sem-teto por cerca de três anos. A nova virada se deu quando o clarinetista Paulo Moura o convidou para fazer um teste para um musical de teatro. Foi aprovado e acabou participando de mais de 20 espetáculos com o Teatro da Universidade do Rio de Janeiro, como cantor e ator.
Participou depois da formação da banda Farofa Carioca, que lançou seu primeiro CD em 1998 com uma competente mistura da ritmos negros de várias partes do mundo, como samba, reggae, jongo, funk e rap. A partir daí, Seu Jorge tem sua carreira engrenada e passa a participar de vários projetos, como um disco de tributo a Tim Maia e a participação em estúdio e na turnê da banda brasileira Planet Hemp, em 2000.
Seu Jorge é primo do sambista Dudu Nobre. O apelido, ele ganhou do amigo Marcelo Yuka.
Jorge Ben Jor
Carioca de Madureira, mas criado no Catumbi, Jorge Ben Jor queria ser jogador de futebol e chegou a integrar o time infanto-juvenil do Flamengo. Mas acabou seguindo o caminho da música, presente em sua vida desde criança. Ganhou seu primeiro pandeiro aos treze anos de idade e, dois anos depois, já cantava no coro de igreja. Também participava como tocador de pandeiro em blocos de carnaval. Aos dezoito, ganhou um violão de sua mãe e começou a se apresentar em festas e boates, tocando bossa nova e rock and roll. É conhecido como Babulina, por conta da pronúncia do rockabilly Bop-A-Lena de Ronnie Self (apelido que Tim Maia tinha pelo mesmo motivo). Seu ritmo híbrido lhe trouxe alguns problemas no início, quando a música brasileira estava dividida entre a Jovem Guarda e o samba tradicional, de letras engajadas. Ao passar a ter interesse pela música, o artista vivenciou uma época na qual a bossa nova predominava no mundo. A exemplo da maioria dos músicos de então, ele foi inicialmente influenciado por João Gilberto, mas desde o início foi bastante inovador.
No início da anos 60 apresentou-se no Beco das Garrafas, que se tornou um dos redutos da bossa nova. Em 1963, ele subiu no palco e cantou "Mas que Nada" para uma pequena platéia, que incluía um executivo da gravadora Philips. Dois meses depois, era lançado o primeiro compacto de Jorge Ben, que inclui ainda "Por Causa de Você, Menina". No mesmo ano lançou o primeiro LP, Samba Esquema Novo, acompanhado pelo conjunto de samba jazz Meireles e os Copa Cinco.
"Mas que Nada" foi seu primeiro grande sucesso no Brasil e também é uma das canções em língua portuguesa mais executadas nos Estados Unidos até hoje, na versão do pianista brasileiro Sérgio Mendes com o grupo de hip hop norte-americano Black Eyed Peas. E também foi uma das poucas a obterem êxito neste país (como "Garota de Ipanema"), tendo ainda sido regravada por artistas como Ella Fitzgerald, Dizzy Gillespie, Al Jarreau, Herb Alpert, José Feliciano e Trini Lopez. Outras composições como "Zazueira" e "Nena Naná" fizeram relativo sucesso no país.
Em 1968, Jorge Ben quando foi convidado para o programa Divino, Maravilhoso que Caetano Veloso e Gilberto Gil faziam na Tupi. Ele também participou d"O Fino da Bossa" (comandado por Elis Regina) e da Jovem Guarda (de Roberto Carlos). Nesta época, Jorge Ben obteve enorme sucesso com "Cadê Tereza?", "País Tropical", "Que Pena" e "Que Maravilha", além de concorrer com "Charles, Anjo 45" no festival Internacional da Canção, da TV Globo, em 1969.
Na década de 1970, venceria este festival com "Fio Maravilha", interpretado por Maria Alcina. "País Tropical" também teve êxito, na voz de Wilson Simonal. Ainda nos anos 70, Jorge Ben lançou álbuns mais esotéricos e experimentais, como A Tábua de Esmeralda (1974), Solta o Pavão (1975) e África Brasil (1976). Embora não obtivessem sucesso comercial, estes álbuns são considerados clássicos da música brasileira.
Na década seguinte, Jorge Ben dedicou-se a divulgar suas músicas no exterior. Em 1989, ele mudou o nome artístico de "Jorge Ben" para "Jorge Benjor", logo depois alterado para "Jorge Ben Jor". Na época, foi dito que a mudança teria sido provocada pela numerologia, mas o mais plausível é que tenha ocorrido para evitar confusões com o músico americano George Benson, Jorge Ben estava começando a se tornar muito conhecido nos Estados Unidos na época.
Nesta nova fase, sua música tornou-se mais pop, ainda que com estilo suingue. Sua música "W/Brasil (Chama o Síndico)", lançada em 1990, estourou nas pistas de dança em 1991 e 1992, tornando-se uma verdadeira febre na época. A canção é também uma homenagem ao cantor Tim Maia. Além disso, foi realizada devido a um pedido pessoal do Sr. Washington Olivetto, proprietário da W/Brasil, que o pediu para criar uma música sobre a agência.
Em 2004, Jorge Ben Jor lançou Reactivus Amor Est (Turba Philosophorum), primeiro álbum com canções inéditas desde 1995. Ainda na ativa, seus shows costumam durar cerca de três horas, para platéias formadas principalmente por jovens.
No início da anos 60 apresentou-se no Beco das Garrafas, que se tornou um dos redutos da bossa nova. Em 1963, ele subiu no palco e cantou "Mas que Nada" para uma pequena platéia, que incluía um executivo da gravadora Philips. Dois meses depois, era lançado o primeiro compacto de Jorge Ben, que inclui ainda "Por Causa de Você, Menina". No mesmo ano lançou o primeiro LP, Samba Esquema Novo, acompanhado pelo conjunto de samba jazz Meireles e os Copa Cinco.
"Mas que Nada" foi seu primeiro grande sucesso no Brasil e também é uma das canções em língua portuguesa mais executadas nos Estados Unidos até hoje, na versão do pianista brasileiro Sérgio Mendes com o grupo de hip hop norte-americano Black Eyed Peas. E também foi uma das poucas a obterem êxito neste país (como "Garota de Ipanema"), tendo ainda sido regravada por artistas como Ella Fitzgerald, Dizzy Gillespie, Al Jarreau, Herb Alpert, José Feliciano e Trini Lopez. Outras composições como "Zazueira" e "Nena Naná" fizeram relativo sucesso no país.
Em 1968, Jorge Ben quando foi convidado para o programa Divino, Maravilhoso que Caetano Veloso e Gilberto Gil faziam na Tupi. Ele também participou d"O Fino da Bossa" (comandado por Elis Regina) e da Jovem Guarda (de Roberto Carlos). Nesta época, Jorge Ben obteve enorme sucesso com "Cadê Tereza?", "País Tropical", "Que Pena" e "Que Maravilha", além de concorrer com "Charles, Anjo 45" no festival Internacional da Canção, da TV Globo, em 1969.
Na década de 1970, venceria este festival com "Fio Maravilha", interpretado por Maria Alcina. "País Tropical" também teve êxito, na voz de Wilson Simonal. Ainda nos anos 70, Jorge Ben lançou álbuns mais esotéricos e experimentais, como A Tábua de Esmeralda (1974), Solta o Pavão (1975) e África Brasil (1976). Embora não obtivessem sucesso comercial, estes álbuns são considerados clássicos da música brasileira.
Na década seguinte, Jorge Ben dedicou-se a divulgar suas músicas no exterior. Em 1989, ele mudou o nome artístico de "Jorge Ben" para "Jorge Benjor", logo depois alterado para "Jorge Ben Jor". Na época, foi dito que a mudança teria sido provocada pela numerologia, mas o mais plausível é que tenha ocorrido para evitar confusões com o músico americano George Benson, Jorge Ben estava começando a se tornar muito conhecido nos Estados Unidos na época.
Nesta nova fase, sua música tornou-se mais pop, ainda que com estilo suingue. Sua música "W/Brasil (Chama o Síndico)", lançada em 1990, estourou nas pistas de dança em 1991 e 1992, tornando-se uma verdadeira febre na época. A canção é também uma homenagem ao cantor Tim Maia. Além disso, foi realizada devido a um pedido pessoal do Sr. Washington Olivetto, proprietário da W/Brasil, que o pediu para criar uma música sobre a agência.
Em 2004, Jorge Ben Jor lançou Reactivus Amor Est (Turba Philosophorum), primeiro álbum com canções inéditas desde 1995. Ainda na ativa, seus shows costumam durar cerca de três horas, para platéias formadas principalmente por jovens.
terça-feira, 10 de outubro de 2017
Itamar Assumpção
Itamar Assumpção (Francisco José Itamar de Assumpção), compositor, cantor, arranjador e instrumentista, nasceu em Tietê SP (13/9/1949) e faleceu em São Paulo SP (12/06/2003). Lançou-se com sua banda Isca de Polícia em 1979, participando do Festival Feira da Vila (no bairro paulistano de Vila Madalena) com Nego Dito, de sua autoria.
Consagrou-se em shows no Teatro Lira Paulistana, misturando Reggae, Samba, Rock e Funk, com letras de crítica e sátira social. Evitando perseguir o sucesso fácil e imediato, tornou-se conhecido como “artista maldito” rótulo que sempre recusou.
Seus três primeiros LPs, todos independentes (Beleléu leléu eu, 1980; Às Próprias Custas S.A., 1983; Sampa Midnight, 1986), foram relançados em CD pela Baratos Afins em 1994. Seu único LP produzido por uma grande gravadora é da Continental, intitulado Intercontinental! Quem diria! Era só o que faltava..., de 1988.
Em 1994 lançou a série Bicho de sete cabeças (três LPs também na forma de dois CDs), acompanhado pela banda Orquídeas do Brasil. Em 1995 lançou um CD com músicas de Ataulfo Alves que foi premiado como melhor do ano pela APCA.
Entre composições suas que fizeram sucesso com outros intérpretes estão Nego Dito, com o sambista Branca de Neve, e Já deu pra sentir, com Cássia Eller. Produziu o primeiro LP da cantora Fortuna (Só, 1987) e o LP Amme, de Alzira Espíndola (1991). Desfez a banda Isca de Polícia em 1991, mas voltou a se apresentar com seus integrantes em 1996-1997.
Desde a década de 1980 tinha público fiel na Alemanha, onde se apresentava regularmente. Faleceu vítima de câncer, em 12 de junho de 2003.
Consagrou-se em shows no Teatro Lira Paulistana, misturando Reggae, Samba, Rock e Funk, com letras de crítica e sátira social. Evitando perseguir o sucesso fácil e imediato, tornou-se conhecido como “artista maldito” rótulo que sempre recusou.
Seus três primeiros LPs, todos independentes (Beleléu leléu eu, 1980; Às Próprias Custas S.A., 1983; Sampa Midnight, 1986), foram relançados em CD pela Baratos Afins em 1994. Seu único LP produzido por uma grande gravadora é da Continental, intitulado Intercontinental! Quem diria! Era só o que faltava..., de 1988.
Em 1994 lançou a série Bicho de sete cabeças (três LPs também na forma de dois CDs), acompanhado pela banda Orquídeas do Brasil. Em 1995 lançou um CD com músicas de Ataulfo Alves que foi premiado como melhor do ano pela APCA.
Entre composições suas que fizeram sucesso com outros intérpretes estão Nego Dito, com o sambista Branca de Neve, e Já deu pra sentir, com Cássia Eller. Produziu o primeiro LP da cantora Fortuna (Só, 1987) e o LP Amme, de Alzira Espíndola (1991). Desfez a banda Isca de Polícia em 1991, mas voltou a se apresentar com seus integrantes em 1996-1997.
Desde a década de 1980 tinha público fiel na Alemanha, onde se apresentava regularmente. Faleceu vítima de câncer, em 12 de junho de 2003.
Altay Veloso
Em 1980, gravou o LP "O cantador", pela RCA Victor. Nesse disco de estreia interpretou várias composições de sua autoria, como "Canção de Deus", "Isso é tudo, isso é nada", "O cantador", "Meu nome é noite vadia" e uma adaptação literária da obra de Saint Saens, "O cisne", além de uma parceria com seu pai, "O homem do sertão" (c/ Aguillar Velloso).
No ano de 1983, pela gravadora Polydor, lançou o disco "Avatar", no qual interpretou diversas composições de sua autoria.
Reinaldo, em 1990, interpretou "Corpo" no disco "Coisa sentimental", lançado pela gravadora Continental. Nesse mesmo ano, Rosa Maria gravou "Cantei um blues", de Altay Veloso em parceria com Paulo César Feital. No ano seguinte, sua canção "Luz" (c/ Paulo César Feital), interpretada por Clarisse Grova, venceu o Festival Sul Americano de Música de Foz do Iguaçu.
Em 1992, sua composição "Vício de amor" foi incluída no LP "Mar de esperança", de Dominguinhos do Estácio, pela gravadora RGE. Nesse mesmo ano, ao lado de Clarisse Grova, Paulo César Feital e Nina Miranda, fundou a Companhia das Ilusões, excursionando com o grupo em shows por todo o país, culminando na gravação do CD "Paulo César Feital e Companhia das Ilusões", no qual foram registradas várias parcerias da dupla.
No ano de 1995, "Tá valendo" e "Vã filosofia", ambas em parceria com o poeta Paulo César Feital, foram gravadas no CD de estreia da cantora Dorina "Eu canto samba".
No ano 2000, Leny Andrade gravou o CD "Leny Andrade canta Altay Veloso", pela gravadora Paradoxx. O disco, só com composições de Altay Veloso, foi lançado no Teatro Rival, no Rio de Janeiro.
No ano de 2002 o grupo Pique Novo, no disco "Ao vivo - 10 anos", incluiu de sua autoria "Código do amor", parceria com Paulo César Feital.
Em 2002 lançou pelo Selo Radamés o disco "Altay Veloso".
No ano de 2003 lançou o disco "Alabê de Jerusalém", no qual vários convidados interpretaram sua ópera. Entre os participantes destacaram-se Alcione, Leny Andrade, Emílio Santiago, Bibi Ferreira, Elba Ramalho, Lenine e o Grupo Ébano.
No ano de 2005 apresentou a ópera "Alabê de Jerusalém", no Canecão, show que contou com as participações de Lenine, Elba Ramalho, Alcione, Sandra de Sá, Fafá de Belém, Ronnie Marruda, Leny Andrade, Cláudio Zoli, Zezé Motta, Jorge Vercilo, Pery Ribeiro, Lucinha Lins, Cris Delanno e Selma Reis.
Autor de mais de 400 músicas, foi gravado por boa parte dos artistas da MPB, como Alcione, SPC, Lúcio Sherman e Negritude Jr.
No ano de 1983, pela gravadora Polydor, lançou o disco "Avatar", no qual interpretou diversas composições de sua autoria.
Reinaldo, em 1990, interpretou "Corpo" no disco "Coisa sentimental", lançado pela gravadora Continental. Nesse mesmo ano, Rosa Maria gravou "Cantei um blues", de Altay Veloso em parceria com Paulo César Feital. No ano seguinte, sua canção "Luz" (c/ Paulo César Feital), interpretada por Clarisse Grova, venceu o Festival Sul Americano de Música de Foz do Iguaçu.
Em 1992, sua composição "Vício de amor" foi incluída no LP "Mar de esperança", de Dominguinhos do Estácio, pela gravadora RGE. Nesse mesmo ano, ao lado de Clarisse Grova, Paulo César Feital e Nina Miranda, fundou a Companhia das Ilusões, excursionando com o grupo em shows por todo o país, culminando na gravação do CD "Paulo César Feital e Companhia das Ilusões", no qual foram registradas várias parcerias da dupla.
No ano de 1995, "Tá valendo" e "Vã filosofia", ambas em parceria com o poeta Paulo César Feital, foram gravadas no CD de estreia da cantora Dorina "Eu canto samba".
No ano 2000, Leny Andrade gravou o CD "Leny Andrade canta Altay Veloso", pela gravadora Paradoxx. O disco, só com composições de Altay Veloso, foi lançado no Teatro Rival, no Rio de Janeiro.
No ano de 2002 o grupo Pique Novo, no disco "Ao vivo - 10 anos", incluiu de sua autoria "Código do amor", parceria com Paulo César Feital.
Em 2002 lançou pelo Selo Radamés o disco "Altay Veloso".
No ano de 2003 lançou o disco "Alabê de Jerusalém", no qual vários convidados interpretaram sua ópera. Entre os participantes destacaram-se Alcione, Leny Andrade, Emílio Santiago, Bibi Ferreira, Elba Ramalho, Lenine e o Grupo Ébano.
No ano de 2005 apresentou a ópera "Alabê de Jerusalém", no Canecão, show que contou com as participações de Lenine, Elba Ramalho, Alcione, Sandra de Sá, Fafá de Belém, Ronnie Marruda, Leny Andrade, Cláudio Zoli, Zezé Motta, Jorge Vercilo, Pery Ribeiro, Lucinha Lins, Cris Delanno e Selma Reis.
Autor de mais de 400 músicas, foi gravado por boa parte dos artistas da MPB, como Alcione, SPC, Lúcio Sherman e Negritude Jr.
Paulo Diniz
Pernambucano, cantor e compositor, Paulo Diniz (24/1/1940) chegou ao Rio de Janeiro na década de 1960 contratado pela Rádio Globo após alguns anos em rádios de Recife e Fortaleza.
Seu primeiro disco - um compacto simples com as músicas "Quem desdenha quer comprar" e "O chorão" - teve boa repercussão, rendendo convites para participar do programa de maior sucesso na televisão da época, Jovem Guarda, comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa.
Como a parceria Roberto e Erasmo, Paulo Diniz fazia canções com Odibar Moreira da Silva, o Odibar, tendo “Pingos de amor” como a música mais conhecida. Vendeu mais de 1 milhão de álbuns e foi regravada por Emilio Santiago e Kid Abelha e cantada por Zeca Baleiro.“O AI-5 foi uma barra pesada, calou a boca de todo mundo. Tive a música 'Palmares' censurada. Cortaram também a 'Malandro é São Benedito'... Nunca quis gravar depois.
Na época do Pasquim, que esgotava meia hora depois de chegar na banca, o Caetano mandava matérias, cartas. Numa delas dizia que estava solitário em Londres. Ele usava aquele visual riponga, que lá não era nada demais, cheio de malucos.
Eu também estava muito só; a gente se conhecia do Solar da Fossa, onde a gente viveu um tempo. Gil, Caetano, Torquato, Rogério Duarte, Gal, Aderbal Freire Filho, meu companheiro de elenco de rádio-teatro na Rádio Dragão do Mar...” contou Paulo Diniz em 2008 ao repórter Henrique Nunes para o Diário do Nordeste.
Seu primeiro disco - um compacto simples com as músicas "Quem desdenha quer comprar" e "O chorão" - teve boa repercussão, rendendo convites para participar do programa de maior sucesso na televisão da época, Jovem Guarda, comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa.
Como a parceria Roberto e Erasmo, Paulo Diniz fazia canções com Odibar Moreira da Silva, o Odibar, tendo “Pingos de amor” como a música mais conhecida. Vendeu mais de 1 milhão de álbuns e foi regravada por Emilio Santiago e Kid Abelha e cantada por Zeca Baleiro.“O AI-5 foi uma barra pesada, calou a boca de todo mundo. Tive a música 'Palmares' censurada. Cortaram também a 'Malandro é São Benedito'... Nunca quis gravar depois.
Na época do Pasquim, que esgotava meia hora depois de chegar na banca, o Caetano mandava matérias, cartas. Numa delas dizia que estava solitário em Londres. Ele usava aquele visual riponga, que lá não era nada demais, cheio de malucos.
Eu também estava muito só; a gente se conhecia do Solar da Fossa, onde a gente viveu um tempo. Gil, Caetano, Torquato, Rogério Duarte, Gal, Aderbal Freire Filho, meu companheiro de elenco de rádio-teatro na Rádio Dragão do Mar...” contou Paulo Diniz em 2008 ao repórter Henrique Nunes para o Diário do Nordeste.
Jards Macalé
Jards Anet da Silva (Rio de Janeiro, 3 de março de 1943), conhecido como Macalé, é um ator, cantor e compositor brasileiro.Nasceu no bairro da Tijuca, ao pé do Morro da Formiga, rodeado de música: no morro, os batuques; no vizinho, Vicente Celestino e Gilda de Abreu.
E em casa, os foxes, as valsas e as modinhas tocadas ao piano pela mãe, dona Lígia, (que também cantava) e no acordeom, pelo o pai.
O coro familiar tinha Roberto (o irmão caçula) e Jards. No rádio, Orlando Silva, Marlene, Emilinha Borba.
Ainda menino, mudou-se para Ipanema, onde ganhou o apelido de "Macalé" - nome do pior jogador do time do Botafogo, à época. Adolescente, formou seu primeiro grupo musical - o duo "Dois no Balanço"; veio depois o Conjunto Fantasia de Garoto, de jazz, seresta e samba-canção.
Estudou piano e orquestração com Guerra Peixe, violoncelo com Peter Dauelsberg, violão com Turíbio Santos e Jodacil Damasceno, análise musical com Esther Scliar.
Começou carreira profissional em 1965, como violonista no Grupo Opinião. Fez direção musical dos primeiros espetáculos de Maria Bethânia.
Teve composições gravadas por Elisete Cardoso, Nara Leão. Com Gal Costa, Paulinho da Viola e o parceiro José Carlos Capinam, criou a agência Tropicarte, para administrar os próprios espetáculos.
Em 1969, participou do 4.º Festival Internacional da Canção apresentando a canção Gotham City, e lançou o primeiro disco, "Só Morto". Trabalhou com Gal Costa no disco Le-Gal e no show Meu nome é Gal.
Em 1971, foi para Londres, a convite de Caetano Veloso, com quem tocou e gravou. No mesmo ano, volta ao Brasil, e lança seu primeiro LP, Jards Macalé. Em 1974, lançou o LP Aprender a Nadar.
Participou como ator e compositor da trilha sonora dos filmes Amuleto de Ogum e Tenda dos Milagres, de Nelson Pereira dos Santos.
Também compôs para as trilhas sonoras de Macunaíma de Joaquim Pedro de Andrade, O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha, A Rainha Diaba, de Antônio Carlos Fontoura, Se segura, malandro!," de Hugo Carvana, Getúlio Vargas, documentário de Ana Carolina, e "Se segura malandro", de Hugo Carvana. Compôs também trilhas sonoras para teatro.
Em 1976, se tornou parceiro de Moreira da Silva no samba de breque Tira os óculos e recolhe o homem.
Macalé é autor de canções como Vapor Barato, Anjo Exterminado, Mal Secreto, Movimento dos Barcos, Rua Real Grandeza, Alteza, Hotel das Estrelas, Poema da Rosa. Teve como parceiros Capinam, Waly Salomão, Torquato Neto, Naná Vasconcelos, Xico Chaves, Jorge Mautner, Gláuber Rocha e ainda Abel Silva, Vinícius de Morais, Fausto Nilo. Entre os intérpretes de suas canções, estão Gal Costa ("Hotel das Estrelas" e "Vapor barato"), Maria Bethânia ("Anjo exterminado" e "Movimento dos barcos"), Clara Nunes ("O mais-que-perfeito"), Camisa de Vênus ("Gotham City") e O Rappa ("Vapor Barato"), entre outros.
Embora tenha também parcerias com Gilberto Gil e Caetano Veloso, rompeu com eles por considerar que o tropicalismo havia sido cooptado pela indústria cultural, perdendo a independência.
Em 1985, participou do musical Areias Escaldantes.
Em 2012, participou em colaboração com a banda Dorgas da série Meet The Legends, da empresa de óculos-escuro Ray-Ban, aonde cantou a faixa "Faisão Dourado (Tendência e Cor)" de autoria original da banda
Em 2013 participou do evento Canções do Exílio, onde declarou ser anarquista.
E em casa, os foxes, as valsas e as modinhas tocadas ao piano pela mãe, dona Lígia, (que também cantava) e no acordeom, pelo o pai.
O coro familiar tinha Roberto (o irmão caçula) e Jards. No rádio, Orlando Silva, Marlene, Emilinha Borba.
Ainda menino, mudou-se para Ipanema, onde ganhou o apelido de "Macalé" - nome do pior jogador do time do Botafogo, à época. Adolescente, formou seu primeiro grupo musical - o duo "Dois no Balanço"; veio depois o Conjunto Fantasia de Garoto, de jazz, seresta e samba-canção.
Estudou piano e orquestração com Guerra Peixe, violoncelo com Peter Dauelsberg, violão com Turíbio Santos e Jodacil Damasceno, análise musical com Esther Scliar.
Começou carreira profissional em 1965, como violonista no Grupo Opinião. Fez direção musical dos primeiros espetáculos de Maria Bethânia.
Teve composições gravadas por Elisete Cardoso, Nara Leão. Com Gal Costa, Paulinho da Viola e o parceiro José Carlos Capinam, criou a agência Tropicarte, para administrar os próprios espetáculos.
Em 1969, participou do 4.º Festival Internacional da Canção apresentando a canção Gotham City, e lançou o primeiro disco, "Só Morto". Trabalhou com Gal Costa no disco Le-Gal e no show Meu nome é Gal.
Em 1971, foi para Londres, a convite de Caetano Veloso, com quem tocou e gravou. No mesmo ano, volta ao Brasil, e lança seu primeiro LP, Jards Macalé. Em 1974, lançou o LP Aprender a Nadar.
Participou como ator e compositor da trilha sonora dos filmes Amuleto de Ogum e Tenda dos Milagres, de Nelson Pereira dos Santos.
Também compôs para as trilhas sonoras de Macunaíma de Joaquim Pedro de Andrade, O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha, A Rainha Diaba, de Antônio Carlos Fontoura, Se segura, malandro!," de Hugo Carvana, Getúlio Vargas, documentário de Ana Carolina, e "Se segura malandro", de Hugo Carvana. Compôs também trilhas sonoras para teatro.
Em 1976, se tornou parceiro de Moreira da Silva no samba de breque Tira os óculos e recolhe o homem.
Macalé é autor de canções como Vapor Barato, Anjo Exterminado, Mal Secreto, Movimento dos Barcos, Rua Real Grandeza, Alteza, Hotel das Estrelas, Poema da Rosa. Teve como parceiros Capinam, Waly Salomão, Torquato Neto, Naná Vasconcelos, Xico Chaves, Jorge Mautner, Gláuber Rocha e ainda Abel Silva, Vinícius de Morais, Fausto Nilo. Entre os intérpretes de suas canções, estão Gal Costa ("Hotel das Estrelas" e "Vapor barato"), Maria Bethânia ("Anjo exterminado" e "Movimento dos barcos"), Clara Nunes ("O mais-que-perfeito"), Camisa de Vênus ("Gotham City") e O Rappa ("Vapor Barato"), entre outros.
Embora tenha também parcerias com Gilberto Gil e Caetano Veloso, rompeu com eles por considerar que o tropicalismo havia sido cooptado pela indústria cultural, perdendo a independência.
Em 1985, participou do musical Areias Escaldantes.
Em 2012, participou em colaboração com a banda Dorgas da série Meet The Legends, da empresa de óculos-escuro Ray-Ban, aonde cantou a faixa "Faisão Dourado (Tendência e Cor)" de autoria original da banda
Em 2013 participou do evento Canções do Exílio, onde declarou ser anarquista.
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